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Covid-19: Madeira aplica soluções nacionais para a Administração Pública

LUSA
02-03-2020 16:43h

Os funcionários públicos da Madeira vão beneficiar das mesmas soluções adotadas no continente em caso de isolamento devido a um eventual de surto do novo coronavírus Covid-19, podendo efetuar teletrabalho e não sendo financeiramente penalizados, foi hoje anunciado.

“Em termos laborais, o que está preconizado para a Madeira é exatamente a mesma coisa que foi hoje anunciada pela senhora ministra da Administração Pública”, afirmou o responsável regional pelo setor, Marcos Teixeira.

O diretor regional da Administração Pública da Madeira falava após uma reunião que decorreu com os responsáveis do Instituto de Saúde da Madeira (Iasaúde), que serviu para “limar procedimentos e melhorar respostas” em caso de surto do novo coronavíus Covid-19.

“As faltas que os trabalhadores da Administração Pública, eventualmente, tenham de dar por conta de algum isolamento profilático serão consideradas serviço efetivo e não terão qualquer perda de retribuição”, salientou Marcos Teixeira.

Este responsável realçou que as eventuais situações de isolamento “serão determinadas pelo delegado de saúde” e terão “o devido enquadramento”, anunciando “ainda que durante o dia de hoje” deverá ser emitido um despacho “a exemplo do que existe a nível nacional”.

Também apontou que, no que diz respeito à situação do teletrabalho, “hoje e terça-feira, o Governo Regional vai apresentar um conjunto de ferramentas que tem ao seu dispor para trabalho colaborativo ou trabalho à distância”, desde que as circunstâncias o permitam.

Por seu turno, o presidente do Iasaúde, Herberto Jesus, realçou que “há possibilidade de haver casos e eventualmente um surto”, pelo que é necessário preparação, “tendo um foco em certos parceiros”, como a Administração Pública, que “é um parceiro essencial”.

Ainda mencionou que na reunião de hoje foram “esclarecidos vários aspetos” em caso da ocorrência de algum caso suspeito”, para estarem “desenhadas soluções para responder de forma adequada à parte clínica e social destes trabalhadores”.

Sobre as medidas a adotar nos aeroportos, este responsável sustentou ser necessário “ter cuidado”, mas “evitar o histerismo coletivo”.

“Cada vez estamos mais preparados”, vincou, argumentando que “estão identificadas zonas de transmissão” e algumas viagens “não são recomendadas”, disse.

“Em tudo o resto, é manter a nossa vida normal desde que tenhamos as medidas de proteção individua para qualquer doença, síndrome gripal, evitaremos males maiores”, defendeu o presidente do Iasaúde.

Questionado sobre o caso suspeito que surgiu este fim de semana na Madeira, de uma jovem de 19 anos, que esteve em Itália, e cujos resultados negativos, Herberto Jesus mencionou que “está estável e está para breve a sua alta” hospitalar.

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Em Portugal foi hoje confirmado um infetado e um outro caso que aguarda uma contraprova através de análise do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).

O caso confirmado é o de um homem de 60 anos, que reportou os primeiros sintomas no dia 26 de fevereiro.

O outro homem, de 33 anos, que aguarda a contra-análise reportou os primeiros sintomas no dia 29 de fevereiro.

Segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, os dois homens, que estão internados no Porto, estão em boa condição de saúde e estiveram em Itália e em Espanha.

Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

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