As autoridades iranianas ordenaram o encerramento temporário de museus e locais históricos até ao fim do mês para prevenir a propagação do novo coronavírus Codiv-19, que provocou já oito mortos em 43 casos confirmados, noticiou a imprensa local.
Segundo o portal Iran News, “museus e locais históricos serão encerrados (a partir de hoje) até ao final da semana (28 de fevereiro) em 15 províncias, que estão mais expostas ao surto” do novo coronavírus, informa o portal, que cita Mohammadreza Kargar, diretor do Departamento de Museus e Locais Históricos, do Ministério do Turismo.
A reabertura ao público está dependente da evolução do combate ao Covid-19 e pode vir a ser prolongada por várias semanas, caso se justifique, acrescentou Kargar.
Nos esforços encetados para prevenir a propagação, o governo iraniano procedeu já ao encerramento de escolas e seminários na cidade santa de Qom, onde os primeiros casos mortais provocados pelo vírus foram oficialmente registados.
Segundo o Iran News, que cita dados de maio de 2019 anunciados por Mohammadreza Kargar, cerca de 25 milhões de pessoas visitaram museus e outros locais que integram a lista de património cultural do país, ligados ao Ministério da Cultura.
No domingo, o presidente da câmara de Teerão, Pirouz Hanachi, anunciou que os transportes públicos e locais públicos passaram a ser alvo de medidas de higienização diárias.
Citado pela agência oficial IRNA, Hanachi disse que as medidas extraordinárias são conduzidas durante a noite e incidem em grandes praças, terminais de autocarros e estações de comboio para combater a potencial disseminação do novo coronavírus.
Em declarações à imprensa antes da realização de mais uma reunião do gabinete de crise criado para gerir o surto de Covid-19, Pirouz Hanachi salientou que a campanha sanitária será realizada até que a ameaça do novo coronavírus desapareça.
O número de mortos provocados pelo Covid-19 no Irão aumentou no domingo de cinco para oito, e o total de casos confirmados passou de 28 para 43, segundo anunciou igualmente domingo o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianoush Jahanpour.
Na zona urbana de Teerão, onde vivem cerca de sete milhões de pessoas, é cada vez mais visível o número daqueles que andam de máscara e usam luvas, evitando o contacto físico.
Numa passagem por várias farmácias, a Lusa notou serem muitos os que compram máscaras. O preço de uma caixa de 10, das mais simples sem respirador integrado, varia entre as 10 mil e as 20 mil liras iranianas (de 2,15 a 4,30 euros).
Os funcionários das farmácias, todos com máscaras, não quiseram confirmar se o preço tinha aumentado nos últimos dias, limitando-se a dizer que se “vendem bem”.
O receio estende-se a vários setores. Nos hotéis, os trabalhadores das receções alertam os estrangeiros e nacionais para terem cuidado e evitarem o contacto físico e a Lusa confirmou que, nalguns hotéis da capital, já se contabilizam prejuízos devido à anulação de reservas.
No sábado, um funcionário do Ministério da Saúde, Mohsen Farhadi, citado pelo portal eletrónico Iran Daily Times, enfatizou a necessidade de os cidadãos observarem regras básicas de higiene, como lavar as mãos e reforçarem a higiene pessoal.
Farhadi alertou ainda os cidadãos para evitarem presenças desnecessárias em locais públicos, parques, excursões e transportes públicos.