A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, avançou hoje que a economia da China poderá retomar a normalidade no segundo trimestre, admitindo medidas de resposta à epidemia coronavírus Covid-19 e ao decorrente impacto económico.
“No cenário atual, com a aplicação das políticas anunciadas, [há a possibilidade] de a economia da China poder retornar ao normal no segundo trimestre. Como resultado, o impacto na economia mundial seria relativamente menor e de curta duração”, disse Kristalina Georgieva, na reunião dos ministros das Finanças do G20, que decorre hoje e domingo em Riade, na Arábia Saudita.
Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o coronavírus Covid-19 provocou mais de 2.345 mortos e infetou mais de 76 mil pessoas a nível mundial.
A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia.
Segundo a diretora-geral do FMI, em janeiro foi projetado “um crescimento global de 2,9%, no ano passado, para 3,3% neste ano. Desde então, o Covid-19 - uma emergência de saúde global - interrompeu as atividades [económicas] na China”.
“As autoridades chinesas estão a trabalhar para mitigar o impacto negativo na economia, com medidas de crise, de provisão de liquidez, medidas fiscais e apoio financeiro. Tive uma excelente discussão com o governador Yi Gang e outros altos funcionários, e assegurei o nosso apoio a essas medidas políticas”, garantiu Kristalina Georgieva.
De acordo com a responsável, o mundo ainda está a aprender “como o vírus se espalha”, considerando que as “incertezas são grandes demais para permitir previsões confiáveis”.
“Muitos cenários podem ocorrer, dependendo da rapidez com que o vírus é contido e da rapidez com que as economias, chinesa e outras afetadas, retornam à normalidade”, frisou, alertando, no entanto, estarem igualmente a ser analisados “cenários mais terríveis em que a disseminação do vírus continue por mais tempo e globalmente”, sendo as consequências de crescimento “mais prolongadas”.
Georgieva considera a “cooperação global essencial para a contenção do Covid-19 e o seu impacto económico”, sobretudo se o surto se mostrar “mais persistente e generalizado”, sendo importantes estar “adequadamente preparado para reconhecer o risco potencial para estados e países frágeis com sistemas de saúde fracos”.
"O FMI está pronto para ajudar, inclusive por meio de nosso Fundo de Contenção e Ajuda em Catástrofes, que pode fornecer subsídios para o alívio da dívida de nossos membros mais pobres e vulneráveis", reconheceu.