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Ensino superior não pode ser "descurado" das prioridades europeias - reitor U. Porto

LUSA
22-03-2022 19:50h

O reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, disse hoje que, apesar da invasão da Ucrânia “obrigar a rever as prioridades europeias”, o investimento no ensino superior, na investigação e na inovação “não pode ser descurado”.

“O atual panorama mundial apresenta sintomas preocupantes. Ainda com a pandemia em curso, eclodiu uma guerra nas fronteiras da União Europeia entre dois importantes produtores de matérias-primas. Além do dramático desastre humanitário, a invasão da Ucrânia obriga a rever as prioridades europeias e terá inevitavelmente efeitos severos na economia mundial”, salientou António de Sousa Pereira.

O reitor, que encerrava a sessão solene comemorativa do 111.º aniversário da Universidade do Porto (U. Porto), defendeu, no entanto, que apesar do reforço do investimento que será necessário para garantir a autonomia europeia em termos energéticos e de defesa, o “investimento no ensino superior, na investigação e inovação não pode ser descurado”.

“Este investimento é fundamental, a médio e a longo prazo, para a construção da universidade que todos desejamos (…) Não há democracia sem cidadãos qualificados e informados, com consciência cívica para defender a democracia e com espírito crítico perante campanhas de desinformação”, observou.

Destacando a U. Porto como “instituição de referência” no ensino superior português, António de Sousa Pereira disse que a mesma tem a “obrigação de estar na linha da frente da recuperação pós-pandemia”, ainda que a guerra tenha agravado esse contexto.

“A nossa universidade, que sempre foi uma universidade solidária, saberá também acolher os estudantes ucranianos como tem vindo, alias, a acolher estudantes sírio e outros estudantes refugiados”, garantiu a uma plateia que lotou o Salão Nobre da Reitoria da U. Porto.

Naquele que foi o seu último discurso de um mandato de quatro anos, António de Sousa Pereira elencou seis temas que ao longo da sua governança foram prioritários: a educação e formação, internacionalização, investigação, inovação e empreendedorismo.

A requalificação do campus universitário e de infraestruturas da U. Porto, a pandemia da covid-19, o reforço do apoio social aos estudantes e a convergência europeia foram também temas que marcaram o seu discurso.

“Há que repensar as políticas sociais da universidade para uma resposta mais efetiva ao nível das residências estudantis, das cantinas escolares e dos serviços de apoio médico e psicológico”, destacou o reitor.

Na sessão solene comemorativa do 111.º aniversário da U. Porto, também a presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Gabriela Cabilhas, salientou os esforços feitos para colmatar um problema “crónico” na cidade, o alojamento estudantil, assim como a necessidade da academia se manter uma “escola de liberdade, cidadania e democracia ontem, hoje e amanhã”.

Já o presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto, Fernando Freire de Sousa, lembrou que a U. Porto “não deixa de estar distante da realidade europeia”, defendendo que tal diagnóstico “reclama novos caminhos e soluções”.

“A inovação é o ómega da mudança e nós, U. Porto, estamos convocados para responder a esse desígnio”, notou o antigo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

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