Entrevistado pelo Canal S+, o autarca garante que o município, desde o início da pandemia, procurou antecipar problemas que pudessem surgir.

“Nós aumentamos todos os centros de saúde de Cascais com salas. Mais 850 metros quadrados para terem capacidade de dar uma resposta maior. Viemos a perceber, e essa é a nossa estratégia e confirmada pelo novo coordenador que este processo, respeitando os limites técnicos necessários, tem de ser o mais descentralizado possível”.

Segundo Carlos Carreiras, o município dispõe já de “quatro pavilhões, um em cada freguesia do concelho, prontos para vacinar”.

Sobre a possibilidade numa terceira fase da vacinação, aberta à generalidade da população, de utilizar um sistema de drive-thru como o que a Câmara do Porto pretende implementar com recurso ao Hospital de São João e à Unilabs, Carlos Carreiras revela que a autarquia tem dois locais onde pode realizar a vacinação em larga escala dos seus munícipes: por um lado, o recinto a céu aberto utilizado pela Feira do Artesanato e, por outro, o próprio Autódromo do Estoril.

O presidente da câmara municipal de Cascais lamenta apenas que as vacinas continuem a ser um recurso muito escasso. Até ao momento, a autarquia recebeu apenas 102 vacinas mais 40 destinadas a profissionais de saúde. Amanhã, tudo indica que outras 80 poderão ser utilizadas para inocular os corpos de bombeiros do concelho.

Em plena pandemia, o autarca de Cascais lembra ainda que o município tem feito um enorme esforço em matéria de apoios sociais.

Segundo Carlos Carreiras, “Estamos a apoiar 10% da população de Cascais com alimentação. (…) 3500 alunos receberam computadores e tablets para as aulas remotas (…) e, em breve, vamos distribuir um kit com oxímetros (medidor de oxigénio no sangue) e um medidor de temperatura à população suspeita de estar infetada”, revela o edil.

Sobre os recentes casos de vacinação indevida que se verificaram um pouco por todo o país, Carlos Carreiras recorda que apesar de ser doente de risco, logo ter direito a ser vacinado nos grupos prioritários, ainda não o foi. O presidente da câmara de Cascais vai esperar pela sua vez e critica o “chico-espertismo” no aproveitamento das sobras.

Carlos Carreiras lembra que no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa (AML) foi criada, antes mesmo do Governo, uma bolsa de sobras de vacinas para evitar precisamente situações de vacinação indevida. O autarca defende que “o governo possa agir de forma penalizadora para quem tenha tido uma atitude de chico-espertismo”.  

A partir de sexta-feira, a juntar ao pavilhão em Alcabideche, a Câmara Municipal de Cascais vai abrir portas a mais um espaço para vacinação, desta vez em São Domingos de Rana, no pavilhão da Escola Secundária com capacidade para administrar 1200 vacinas diárias.