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ONG norte-americana diz que doença 'verme da Guiné' está perto da erradicação

LUSA
29-01-2021 13:19h

A organização não-governamental (ONG) Centro Carter anunciou hoje que a doença do 'verme da Guiné' está perto de ser erradicada, havendo pouco mais de duas dúzias de pessoas infetadas, principalmente na África subsaariana.

De acordo com a AP, o relatório hoje divulgado pelo Centro Carter sobre esta doença, na qual um verme que pode chegar a ter um metro de comprimento é libertado quando se espreme uma bolha na pele do infetado, mostra que os programas comunitários de erradicação estão a ter sucesso.

No ano passado, foram reportados 27 casos em seis países na África subsaariana, o que representa metade dos casos de 2019, havendo também uma redução de 20% no contágio entre animais.

"Estamos a anunciar uma redução de 50% no número de casos humanos, para apenas 27 pessoas no mundo que tinham a doença do 'verme da Guiné', o que compara com os 3,5 milhões de casos que havia em 1986 em 21 países, nomeadamente na África subsaariana, mas também no Médio Oriente e na Ásia", disse o diretor do Centro Carter, Adam Weiss.

No ano passado, os números apontam para 12 casos no Chade, 11 na Etiópia, e Angola, Camarões, Mali e Sudão do Sul com um caso cada.

A pandemia de covid-19 dificultou as operações no terreno, mas os programas mantiveram-se operacionais, disse o responsável, explicando que "como este é um programa baseado na comunidade, os voluntários continuaram ativos durante todo o período pandémico".

A doença do 'verme da Guiné', ao contrário de outras enfermidades que precisam de vacinas ou medicamentos, pode ser erradicada através da utilização de água limpa e filtrada, pelo que os desafios são a educação, a vigilância e o acesso contínuo a água potável.

Segundo a AP, esta doença afeta as populações mais vulneráveis do mundo, através do desenvolvimento assintomático dentro do corpo de um verme que pode chegar a ter um metro, e emerge de forma dolorosa através de uma bolha, muitas vezes em partes sensíveis do corpo.

A doença deverá ser a segunda doença humana a ser erradicada depois da varíola, segundo o Centro Carter, apesar do alerta da Organização Mundial de Saúde de que esta erradicação pode ser mais difícil de alcançar já que está instalada nas áreas mais inacessíveis e remotas.

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