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Covid-19: PSD vai dar suporte a medidas mais drásticas para combater a epidemia – Rui Rio

LUSA
08-01-2021 16:14h

O presidente do PSD afirmou hoje que dará suporte político a um agravamento das medidas para travar a epidemia de covid-19 e adiantou que não colocará obstáculos jurídicos caso o Governo pretenda antecipar essas medidas alguns dias.

Rui Rio assumiu esta posição após ter sido recebido em audiência pelo primeiro-ministro, António Costa, durante a qual esteve acompanhado por dois médicos sociais-democratas: O deputado Ricardo Batista Leite e o coordenador para a área da saúde do Conselho Estratégico Nacional do partido, António Araújo.

Perante os jornalistas, o líder social-democrata disse que se prepara um confinamento em moldes idênticos ao que vigorou em abril passado, mas com a manutenção das escolas abertas. Um ponto em que Rui Rio manifestou dúvidas, dizendo que vai esperar pela reunião de terça-feira com epidemiologistas, no Infarmed, em Lisboa, para ouvir a fundamentação técnica em relação a essa ideia de continuidade das aulas presenciais.

"O número de casos de infetados e de mortos têm atingido recordes. Isso aponta para medidas mais drásticas para travar a pandemia. Se os números estiverem assim nos próximos dias, num patamar de dez mil infetados, teremos de travar os contactos entre as pessoas e, portanto, teremos provavelmente no país um confinamento muito mais apertado", referiu o presidente do PSD.

Nesse sentido, Rui Rio frisou que o PSD, do ponto de vista político, "estará disponível para votar esse estado de emergência e para suportar também as medidas que defendem a saúde pública, com as atenuantes possíveis, tendo em vista o drama económico que representa fechar outra vez, fortemente o país por mais duas, três ou quatro semanas".

Na conferência de imprensa, o presidente do PSD admitiu a possibilidade de suportar politicamente a antecipação das medidas mais drásticas contra a covid-19, mesmo antes de ser decretado novo estado de emergência no final da próxima semana.

De acordo com Rui Rio, durante a reunião com o primeiro-ministro, o PSD foi questionado se criaria obstáculos de natureza jurídica ou burocrática caso houve necessidade de haver antecipação das medidas.

"Nessa altura respondi: Por essa razão, não trago juristas [para a reunião]. Isto é para resolver e para ajudar o país, e não para criar mais problemas ao país. E peço desculpa aos juristas, mas o meu perfil é no sentido de facilitar e ajudar o país", disse, aqui numa nota de humor.

Neste ponto, o presidente do PSD defendeu que, perante a situação do país, estando em causa a saúde pública, ninguém pode estar "agarrado a pormenores de ordem jurídica".

Interrogado sobre as dúvidas que tem em relação à manutenção da abertura das escolas, num cenário de confinamento geral, o líder social-democrata remeteu a sua posição definitiva para "depois de ouvir a argumentação dos técnicos na terça-feira de manhã", durante a reunião do Infarmed, em Lisboa.

"Numa situação limite, em que os técnicos se colocam contra o Governo, o PSD poderá discordar politicamente de uma decisão desse género e nessas circunstâncias. Mas votar contra [a prorrogação do estado de emergência] seria o país não confinar nada, o que era pior. Face ao comportamento que o PSD tem tido desde o início, não fará um aproveitamento de uma coisa qualquer que possa discordar para criar ao país um problema maior. Não estamos em tempo disso", acrescentou.

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