A administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) mandou regressar três enfermeiras cedidas há cinco anos, por serem “imprescindíveis todos os profissionais com vínculo” devido aos funcionários que estão com covid-19 ou em isolamento profilático.
“Na presente data, face ao número de profissionais ausentes por isolamento profilático e doença covid -19, é absolutamente impossível manter a situação (de mobilidade de três enfermeiras), que acarreta a impossibilidade legal de substituição”, considera o conselho de administração do CHBV, num esclarecimento enviado à Lusa.
A administração do CHBV, que engloba os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, salienta que “nesta data, considera que todos os profissionais com vínculo à instituição são absolutamente imprescindíveis”.
O esclarecimento surge na sequência de um comunicado do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que se insurge contra a cessação da cedência de três enfermeiras, duas das quais especialistas de reabilitação.
As enfermeiras em causa haviam sido cedidas há cerca de cinco anos à Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) que serve as populações do âmbito dos Centros de Saúde de Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra, à UCC do Centro de Saúde da Póvoa do Lanhoso e à Unidade de Saúde Familiar (USF) do Centro de Saúde de Arouca.
As três profissionais, segundo o Sindicato, estavam a cuidar de doentes dependentes em casa e foram informadas para regressar à instituição a 01 de janeiro.
Para o SEP, “a cessação da mobilidade por cedência de interesse público destas enfermeiras coloca seriamente em risco a saúde dos doentes que dependem desses cuidados especializados”.
Um abaixo-assinado, designado “Carta de Indignação”, subscrito por 43 profissionais, (entre enfermeiros, médicos, nutricionista, assistentes técnicos, e assistentes operacionais) do Centro de Saúde da Póvoa do Lanhoso, manifestando a sua inteira solidariedade à enfermeira a quem foi cessada a mobilidade e manifestado o repúdio pela decisão da administração do CHBV”, refere fonte sindical.
No esclarecimento enviado à Lusa, o conselho de administração do CHBV “confirma a necessidade de regresso das profissionais e lamenta o incómodo que a situação possa criar às mesmas”.
“Desde 2019 esta instituição comunicou a necessidade de as mesmas regressarem ou, em alternativa, regularizarem a situação junto da entidade de destino, com a consequente libertação das vagas no mapa de pessoal do CHBV”, justifica a administração hospitalar.
Lembra ainda que “a mobilidade se iniciou há cinco anos, tendo-se mantido até à presente data, mediante o parecer favorável do CHBV”.
Portugal contabiliza pelo menos 7.377 mortos associados à covid-19 em 446.606 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos concelhos do território do continente com risco de contágio mais elevado.