Apesar dos receios em relação à vacina da covid-19, Rosária Freixo foi a primeira utente de uma Unidade de Cuidados Continuados em Mora, no distrito de Évora, a “levar a pica” e aconselha a que todos façam o mesmo.
“Estou ótima. Não me custou nada”, responde a utente à pergunta de uma jornalista, minutos depois de ter sido vacinada contra o vírus da covid-19, na presença de dezenas de repórteres, profissionais de saúde e das ministras da Saúde e da Segurança Social.
Rosária Freixo, de 48 anos, residente no concelho vizinho de Montemor-o-Novo, utente da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) da Misericórdia de Mora, sofre de esclerosa múltipla e diz que já está habituada a experimentar novos tratamentos.
Contudo, confessa: “Tive e continuo a ter receio”.
No entanto, incentiva “todas as pessoas” para que “não tenham medo” e levem a vacina.
Esta foi a primeira de 25 utentes da instituição e outros tantos profissionais da UCC da Santa Casa da Misericórdia de Mora que vão ser vacinados com a vacina da covid-19.
O provedor da instituição, Manuel Caldas de Almeida, afirma que este “é um dia muito importante”, lembrando as “batalhas diárias” dos profissionais da unidade para conseguirem que os utentes não fiquem infetados pelo coronavírus.
“Finalmente, há uma esperança para podermos começar a ter para eles uma vida normal e, quando eles tiverem uma vida normal, nós vamos poder ter uma vida normal, porque, tendo os mais frágeis protegidos, podemos viver normalmente”, refere.
O concelho de Mora é um dos que tem mais casos de covid-19 por 100 mil habitantes e o presidente do município, Luís Simão, não esconde a preocupação.
“Estamos muito preocupados. O concelho tem sido um dos mais atingidos por esta pandemia”, lamenta, recordando que dois surtos do SARS-CoV-2 já atingiram dois lares de Mora.
O autarca adianta que um terceiro surto em lares do concelho pode ser confirmado nas próximas horas, indicando que estar a aguardar os resultados de testes feitos na terça-feira num lar na freguesia de Pavia.
Com os resultados dos testes rápidos, “não se prevê nada de bom”, assume Luís Simão, que indica que apenas um dos 24 utentes deste lar teve resultado negativo no teste rápido para o vírus da covid-19.
Portugal regista hoje 10.027 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia, e 91 mortes relacionadas com a covid-19, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.377 mortes e 243.009 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos 87.004, mais 6.821 do que na terça-feira.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos concelhos do território do continente com risco de contágio mais elevado.