O alerta parte de Gustavo Jesus que, em entrevista ao Canal S+, aponta o dedo às “fake news”, notícias pouco fundamentadas ou mesmo contraditórias como sendo “um dos maiores factores de stress associados à pandemia”.
O médico Assistente Hospitalar do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central advoga ainda que apesar das restrições de circulação, decretadas pelo Governo para conter a pandemia, que os doentes Não-Covid “continuem a procurar ajuda para as suas doenças”. O psiquiatra recorda que “os serviços têm de estar disponíveis” também para tratar estes doentes.
Com o número de mortos a aumentar em Portugal, como sucede um pouco por todo o mundo, o especialista em saúde mental deixa ainda outro aviso. “O luto está dificultado com a pandemia. (…) as despedidas por videochamada, são processos de luto que podem tornar-se patológicos”, defende.
O médico psiquiatra, pós-graduado em Psiquiatria de Ligação e Psicossomática, bem como em Intervenção Cognitivo-Comportamental, mostra-se ainda favorável a uma partilha da informação disponível, junto dos mais jovens e dos mais velhos. “ Sou muito apologista de dar a informação toda a toda a gente. (…) As pessoas têm direito à informação. Deve utilizar-se uma linguagem simples”.
Hoje, entra de novo em vigor o Estado de Emergência em Portugal, o teletrabalho passa a ser obrigatório, bem como o dever de recolhimento em casa depois das 23:00 nos dias de semana.
O último boletim divulgado pela Direção Geral da Saúde (DGS) aponta para mais 63 mortos a lamentar e 4096 novos casos de infeção pelo SARS-COV 2, o maior número de infeções num dia, em Portugal, desde o início da pandemia.