A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que o facto de os conselheiros de Estado terem realizado o teste à covid-19 não inibiu as autoridades de saúde de fazer o inquérito epidemiológico como fazem em todos os casos.
“Foram seguidos todos os procedimentos que se seguem para a investigação de outros casos positivos”, assegurou Graça Freitas na conferência de imprensa de atualização dos números da Covid-19.
Os conselheiros de Estado que se reuniram na terça-feira presencialmente realizaram testes à covid-19, por terem estado em contacto com António Lobo Xavier, que está infetado, tendo todos testado negativo.
Questionada sobre este tema na conferência de imprensa de atualização dos números da Covid-19, Graça Freitas explicou que a decisão de fazer um teste é por vezes tomada por iniciativa própria ou pelos médicos assistentes.
“Mas essa iniciativa não inibiu autoridades de saúde de fazer o inquérito epidemiológico como faz em todas as circunstâncias”, sublinhou.
O inquérito epidemiológico permite, perante as respostas que são obtidas, estratificar os contactos em “alto risco” ou “baixo risco” e separar em dois grupos.
Esta separação é que determina as medidas subsequentes, independente do resultado do teste inicial, explicou Graça Freitas.
“Neste caso concreto dos conselheiros de Estado e dos outros núcleos que foram alvo de investigação epidemiológica na sequência de um caso positivo seguiu-se a metodologia habitual”, frisou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, decidiu ficar em isolamento até terça-feira de manhã, por ter estado na reunião do Conselho de Estado, em Cascais, mesmo
depois de ter realizado um teste que deu negativo.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues e o primeiro-ministro, António Costa, também fizeram o teste, cujo resultado foi negativo, e decidiram participar na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa.
Na conferência de imprensa, Graça Freitas falou ainda sobre as tarefas que a plataforma ‘Trace Covid’ gera para os médicos de família e para as equipas de saúde pública.
Graça Freitas avançou que a Direção-Geral da Saúde e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde “estão a fazer tudo para simplificar os procedimentos, mas continuando a garantir a segurança das pessoas que por terem sintomatologia ligeira ou não terem sintomatologia estão em casa”.
"O que está previsto e em desenvolvimento é um autoreporte”, sendo que a primeira avaliação é sempre de iniciativa médica.
“Neste momento, há a possibilidade de, na ‘Trace Covid’, os indivíduos reportarem o seu estado e o médico depois fará o que entender em termos de acompanhamento, declarou.
No fundo, “estamos a simplificar os procedimentos até porque sabemos que, com o inverno, pode haver mais pessoas em vigilância" e têm de estar em segurança”.
Em Portugal, morreram 2.040 pessoas dos 81.256 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.