Com a chegada de Setembro e o ano lectivo a arrancar no dia 14, a pediatra Maria João Brito garante que “apesar das crianças se infectarem menos que os adultos por terem menos receptores para o vírus SARS-COV-2, o uso da máscara é importante em todas as populações”.
Em entrevista ao Canal S+, a coordenadora da Unidade de Infecciologia do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, relembra a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que todas as crianças com mais de 6 anos usem máscara para se protegerem durante a pandemia de COVID-19.
Perante o desafio de saúde pública que representa o regresso presencial às aulas e o movimento social que implica o arranque do ano lectivo um pouco por todo o país, a pediatra lembra que à semelhança dos adultos, o grande problema para a difusão e aumento do contágio da COVID-19 prende-se com os assintomáticos, daí ser tão importante “sempre que seja possível, todos usarem máscara”, alerta.
A Coordenadora da Unidade de Infecciologia do Hospital D. Estefânia em Lisboa não tem dúvidas que as escolas vão ter um grande trabalho pela frente, na implementação de medidas apertadas para controlar a doença e evitar novos contágios. Maria João Brito explica ainda que “é muito diferente um surto num infantário ou num liceu”.
Nesta entrevista ao Canal S+, a pediatra Maria João Brito recordou ainda, sobretudo para os mais céticos, que as creches abriram em Maio e não foi por esse motivo que tivemos um aumento do número de infecções por COVID-19.
A coordenadora da Unidade de Infecciologia do Hospital D.Estefânia está confiante no aparecimento de uma vacina, nos próximos meses, que seja eficaz no combate ao SARS-COV-2. Até lá a clínica afirma que o importante é evitarmos contrairmos a infecção e progressivamente retomarmos as nossas actividades. Um bom exemplo é o que está já a acontecer com o desporto em muitos clubes e colectividades, onde os mais jovens já podem praticar e desenvolver actividade física.
No Hospital D. Estefânia, Maria João Brito revela terem dado entrada perto de 300 crianças infectadas até ao momento pelo novo coronavírus, mas tudo está a ser feito para preparar atempadamente o Inverno.
Sobre a pandemia ter sido o maior desafio para Maria João Brito, a coordenadora da Unidade de Infecciologia do Hospital D. Estefânia lembra que como unidade de referência que é, a Estefânia já lidou com muitos outros surtos e, em todos, deu sempre a melhor resposta possível.
O último boletim da Direção Geral de Saúde (DGS) dá conta de mais 183 casos de COVID-19 nas últimas 24 horas, 63 recuperados e há a lamentar mais 3 mortes, num total de 60 507 infecções por SARS-COV 2 registadas até hoje em Portugal.