Três artistas portugueses criaram um mural para homenagear o trabalho de todos os profissionais de saúde do país durante a pandemia de covid-19, que será inaugurado em Lisboa, na sexta-feira, anunciou hoje a organização.
A peça de arte urbana foi criada por Edis One, Pariz One e Ôje, num mural na rua Abílio Mendes, junto ao Hospital Lusíadas Lisboa, e a inauguração, prevista para as 16:26, irá coincidir com os 100 dias desde que a Organização Mundial de Saúde decretou a pandemia de covid-19.
Edis One, 'graffiter' com trabalhos em cidades como Madrid, Barcelona, Viena e Amesterdão, contactado pela Lusa, sublinhou que o mural "tem um objetivo intemporal", e, por essa razão, "não terá representadas as máscaras que agora se veem por todo o lado".
"Cruzámos as nossas linhas artísticas para criar algo que não se identifica apenas com o que se está a passar agora [a pandemia], mas com tudo o que os profissionais de saúde de Portugal e de todo o mundo fazem em permanência", salientou.
Os artistas foram convidados pelo grupo Lusíadas Saúde, que teve a iniciativa de criar o mural dedicado a todos os profissionais de saúde do país, em sinal de agradecimento.
"Para nós é um orgulho enorme ter criado este mural, com uma mensagem intemporal de gratidão", comentou.
Edis One entrou para o recorde do Guinness pela sua participação no maior muro pintado com luz negra no mundo, nos Emirados Árabes Unidos.
O artista, que também tem trabalhos em Liubliana, Praga, Zagreb, Miami, Bali, Kuta, Dubai, Abu Dhabi, Ras Al Khaimah, entre outras cidades, sublinhou ainda que "a arte urbana tem vindo a ganhar uma enorme visibilidade ao longo dos últimos anos".
"Sobretudo pela capacidade de conseguir transmitir uma mensagem para um grande número pessoas, conseguindo atingir qualquer geração", comentou, sobre esta expressão artística.
"Tenho a certeza de que todos aqueles que se cruzarem com esta obra de arte partilharão o mesmo sentimento de gratidão", acrescentou o artista.
O trabalho criado pelos 'graffiters' vai ainda dar origem a uma edição limitada de 150 serigrafias, cujo valor das receitas reverterá a favor da Casa do Artista.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 449 mil mortos e infetou mais de 8,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado hoje.
A doença é transmitida por um novo coronavírus, detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia, em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.