O SINTAP/Açores alertou hoje que os trabalhadores das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e Misericórdias estão "exaustos" devido à "prática de horários concentrados", na sequência da pandemia, e pediu o regresso "à normalidade".
Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) sublinha que "os horários concentrados de 12 horas consecutivas de trabalho", para permitir aos trabalhadores exercer 14 dias seguidos alternados com 14 dias de quarentena obrigatória nas suas residências, “com vigilância ativa e disponibilidade permanente", foram eficazes no controlo do surto.
Porém, refere, é "chegado o momento de se retomar a prática dos horários normais" que existiam antes do surgimento da covid-19.
"Face ao controlo e quase erradicação" da covid-19 na região, "deixa de fazer sentido a manutenção de tais horários concentrados em espelho, na medida em que a sua prática contribuiu para exaurir física e psicologicamente os respetivos trabalhadores”, diz o sindicato.
Em causa estão os horários nas IPSS e nas Misericórdias com valências de estruturas residenciais para idosos, lares residenciais e unidades de cuidados continuados integrados.
O sindicato sublinha que, no âmbito das medidas de desconfinamento progressivo, as visitas de familiares a estas estruturas foram já reabertas.
"Não obstante ter havido alguns abusos na utilização destes horários no período mais intenso de combate à pandemia, o SINTAP não pode deixar de registar a recetividade havida por parte da esmagadora maioria das IPSS/Misericórdias às nossas solicitações no sentido de conter a prática daqueles horários no âmbito da legalidade e bom senso, para a qual a Inspeção Regional do Trabalho deu um contributo importante, sempre que pedida a sua intervenção corretiva por parte do nosso sindicato", salienta o SINTAP.
Os Açores não registam atualmente qualquer caso positivo de covid-19, depois de somarem 16 mortes devido à doença.