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Nações Unidas apoiam com mais 35,4 ME combate ao Ébola na RDCongo

LUSA
09-06-2020 09:10h

As Nações Unidas disponibilizaram 40 milhões de dólares (35,4 milhões de euros) do Fundo Central de Resposta de Emergência para combater a epidemia de Ébola no noroeste da República Democrática do Congo (RDCongo), foi hoje anunciado.

Numa nota emitida hoje e citada pelo órgão oficial das Nações Unidas, ONU News, o subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, informou que a verba será disponibilizada pelo Fundo Central de Resposta de Emergência e destina-se a tratar uma situação de urgência naquele país africano, relacionada com o novo surto de Ébola já identificado na província de Equatoria.

Assim, os 40 milhões de dólares servirão para reforçar o apoio aos sobreviventes de Ébola, estabelecer sistemas de alerta e vigilância nas comunidades e melhorar os mecanismos de resposta.

Com o dinheiro agora disponibilizado, os congoleses afetados pela doença receberão abrigos, alimentos e serviços de água, saneamento, saúde e educação.

O também coordenador do Socorro de Emergência da organização lembrou que a RDCongo vive várias crises humanitárias e de saúde, salientando que, desde 04 de junho, foram notificados quase 3,5 mil casos de infeção por covid-19 e 74 mortes pela doença. Além disso, a RDCongo tem o maior surto de sarampo do mundo.

Na semana passada, o Governo congolês informou que tinham morrido pelo menos quatro pessoas com Ébola em Mbandaka, na província de Equatoria.

O subsecretário-geral Mark Lowcock disse que o que está a acontecer na RDCongo é uma evidência forte de que a comunidade global não pode esquecer-se de outras crises humanitárias que existiam antes da pandemia de covid-19.

A RDCongo esteve várias vezes perto de anunciar o fim da epidemia de Ébola no país. Para que tal aconteça a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma espera de 42 dias após o último paciente receber a confirmação de um teste negativo.

Mas a epidemia de Ébola começou em meados de 2018 e já matou mais de duas mil pessoas no país.

Para a Agência das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Ocha, é preciso construir a capacidade dos congoleses para combaterem o Ébola, durante a epidemia, mas também reforçar o sistema de saúde do governo com base nos cuidados básicos de saúde.

O montante agora disponibilizado junta-se aos 30 milhões de dólares (26,5 milhões de euros) que já tinham sido libertados anteriormente para emergências subfinanciadas.

Desde que foi criado, o Fundo Central de Emergência já permitiu apoiar centenas de milhões de pessoas em mais de 104 países e territórios.

A vacinação para travar a propagação do vírus Ébola começou na sexta-feira no noroeste da RDCongo, onde a 11.ª epidemia, declarada há uma semana, já matou seis pessoas, disse também hoje o ministro da Saúde congolês.

Eteni Longondo, citado pela agência France-Presse, afirmou que, “na cidade de Mbandaka, só até domingo, registaram-se 12 casos: nove confirmados de doença de Ébola, três casos prováveis e seis mortes".

A 11.ª epidemia de Ébola na RDCongo foi declarada em 01 de junho, em Mbandaka, capital da província de Equatoria, que já tinha sido afetada por uma epidemia anterior de Ébola entre maio e julho de 2018, com 33 mortes.

A décima epidemia de Ébola ainda está em curso na região do Beni (Kivu do Norte), no Leste. Desde agosto de 2018, o país registou 2.280 mortes. O fim desta epidemia deverá ser declarado em 25 de junho, após uma contagem decrescente de 42 dias, sem novos casos.

Mais de 300 mil pessoas foram vacinadas no leste da RDCongo, onde foram utilizadas duas doses de vacina não submetida a licenciamento.

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