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Covid-19: Marco de Canaveses critica autoridades de saúde por falta de plano de rastreio

LUSA
14-05-2020 08:26h

A Câmara de Marco de Canaveses criticou hoje as autoridades locais e regionais de saúde por não terem um plano de testes à covid-19 para centenas de utentes e colaboradores dos lares de idosos, forças de segurança e proteção civil.

A presidente daquela autarquia do distrito do Porto, Cristina Vieira, considera que a situação de "falta de colaboração daquelas entidades" tem impedido que dezenas de elementos dos bombeiros e Cruz Vermelha não tenham ainda sido submetidas a testes.

Em conferência de imprensa, a chefe do executivo sublinhou que, no âmbito da Comissão Municipal de Proteção Civil do Marco de Canaveses, tem sido repetidamente solicitado às autoridades locais e regionais de saúde, nomeadamente à Autoridade Local de Saúde, ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Tâmega e à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, que apresentem um plano integrado de rastreio.

"Nunca o ACES ou a autoridade de saúde pública nos deu qualquer ‘feedback' sobre a realização dos testes a estas entidades", comentou a autarca, acompanhada de representantes da GNR, bombeiros e dos núcleos da Cruz Vermelha Portuguesa no concelho.

Cristina Vieira disse estranhar que, contrariando o que fora "combinado", nunca tenha sido apresentado o plano que permitisse realizar os testes aos utentes (cerca de 700) e colaboradores (cerca de 160) dos lares de idosos, além dos efetivos das forças de segurança e proteção civil, num concelho, acentuou, onde até existe um ‘covidrive' preparado para testar 150 pessoas por dia.

Recordou, a propósito, que na apresentação daquele equipamento, no dia 23 de abril, foi anunciado aos jornalistas que iria avançar, nos dias seguintes, um plano de testes nos lares de idosos do concelho, a elaborar pela autoridade local de saúde, aproveitando-se para o efeito alguns enfermeiros do ACES que tinham recebido formação específica ministrada pelo laboratório responsável pelo ‘covidrive'.

Cristina Vieira lamentou hoje que esses testes não se tenham realizado até ao momento, de acordo com as informações que disse ter recebido das instituições de solidariedade.

A presidente insistiu não entender a razão pela qual noutros concelhos, do mesmo agrupamento de centros de saúde, aqueles testes já foram realizados, inclusive nos corpos de bombeiros, enquanto que no Marco de Canaveses não ainda foi possível realizar o rastreio.

"Realço que os testes realizados neste' covidrive' têm obrigatoriamente que ser prescritos pelo médico família ou a pedido da autoridade local de saúde, o que nos leva a concluir que as autoridades locais de saúde de outros municípios, dentro mesmo ACES, têm critérios diferentes", observou.

Cristina Vieira lamentou, também, que a delegada de saúde tenha comunicado, no dia 11 de maio, que se retirava da subcomissão de acompanhamento da pandemia no concelho, apesar de, referiu, a "presença da Autoridade de Saúde Concelhia ser obrigatória", porque está em vigor o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.

"Continuaremos inequivocamente a apoiar as autoridades de saúde, mas exigimos, respostas formais e consequentes [da tutela] aos problemas concretos do concelho", concluiu.

Portugal contabiliza 1.175 mortos associados à covid-19 em 28.132 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

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