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Covid-19: Saída de cidadãos norte-americanos de África deverá ser temporária – Mike Pompeo

LUSA
27-04-2020 18:31h

O chefe da diplomacia norte-americana disse hoje que a retirada de cidadãos norte-americanos de Angola e outros países africanos será temporária, assegurando que os EUA vão trabalhar com parceiros na região para fazer a economia regressar ao normal.

Numa entrevista telefónica sobre o impacto da covid-19 nos investimentos petrolíferos norte-americanos em África, face à retirada de cidadãos, em particular de Angola, um dos principais produtores da região, Mike Pompeo adiantou à Lusa que a expectativa é que regressem logo que seja possível.

“Na maioria dos casos, as companhias estão a fazer isso de forma temporária e têm todas as expectativas que as pessoas vão voltar”, declarou.

Entre estas está a americana Chevron, que já retirou de Angola muitos dos seus trabalhadores, em voos fretados. Várias petrolíferas estão a suspender ou reduzir as operações devido à pandemia.

O secretário de Estado dos EUA disse que cabe a cada país e às empresas tomarem decisões sobre os projetos e a sua calendarização, acrescentando que os repatriamentos foram concebidos para ter a certeza de que eram trazidos de volta os cidadãos norte-americanos que queriam regressar a casa durante a pandemia global.

Destacou, por outro lado, o impacto que o novo coronavírus tem tido no setor do petróleo.

“Este vírus que começou em Wuhan, na China, causou um declínio enorme da procura de produtos petrolíferos, nunca houve um declínio tão rápido”, salientou, adiantando que os EUA querem “trabalhar” com os parceiros africanos para “levar a economia global de volta para onde estava”, o que irá gerar emprego e riqueza e redinamizar a procura mundial.

“Quando essas oportunidades acontecerem, teremos a economia global de volta ao que era e, com certeza, muitas das pessoas que regressaram a casa, temporariamente, em todo o mundo irão voltar onde estavam antes da pandemia as ter atingido”, considerou.

Numa entrevista por telefone, a partir de Washington, o chefe da diplomacia norte-americana recordou a visita recente a África que incluiu Angola no roteiro para reforçar a cooperação com os parceiros africanos, garantindo que nenhum país fez tanto por este continente.

O Departamento de Estado dos EUA coordenou o repatriamento de 67.448 americanos em 716 voos de 124 países e territórios, incluindo cerca de 10 mil em África.

De Angola foram retirados 290 cidadãos norte-americanos, de Cabo Verde 381, e de Moçambique 169, segundo informações da página do Departamento de Estado atualizadas a 24 de abril.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (54.877) e mais casos de infeção confirmados (cerca de 965 mil).

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.423 nas últimas horas, com 31.933 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Guiné Equatorial lidera em número de infeções (258) e uma morte, seguido de Cabo Verde (109 e uma morte), Moçambique (76), Guiné-Bissau (74 e uma morte), Angola (26 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem quatro casos confirmados.

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