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Ordem dos Médicos preocupada com condições das VMER de Vila Real e Chaves

Lusa
30-10-2025 11:51h

A Ordem dos Médicos de Vila Real manifestou hoje a sua “profunda preocupação” com as condições de segurança dos profissionais afetos às Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) deste distrito, pelo "desgaste dos veículos" e "avarias recorrentes".

O presidente do Conselho Sub-Regional de Vila Real da Ordem dos Médicos (OM), Fernando Salvador, disse que esta preocupação visa os profissionais de saúde que prestam serviço nas VMER de Vila Real e Chaves.

“Desde há uns anos que os carros atribuídos às bases das VMER de Chaves e de Vila Real são carros que muitas das vezes têm mais de meio milhão de quilómetros e mais de 10 anos de atividade. São carros que têm muitas das vezes problemas recorrentes técnicos, que necessitam de intervenção e de idas frequentes à oficina”, explicou em declarações à agência Lusa.

Fernando Salvador lembrou que a VMER é uma viatura que anda em marcha de emergência frequentemente e, por isso, entende que “pode colocar em risco os profissionais de saúde que prestam serviço nestas mesmas viaturas e, consequentemente, pode também implicar nos cuidados de saúde que são prestados às populações e na abordagem ao ambiente crítico e emergente que se quer rápida e célere”.

Em comunicado, a OM de Vila Real já tinha referido que as “viaturas atualmente fornecidas pelo INEM para a prestação deste serviço apresentam um estado de desgaste claramente incompatível com a exigência e a urgência da missão que lhes é confiada”.

São, segundo a OM, “veículos com mais de uma década de utilização, frequentemente com quilometragens superiores a meio milhão de quilómetros, sujeitos a idas recorrentes à oficina e a reparações temporárias que não resolvem os problemas de fundo”.

“Todos os meses são registadas avarias e deslocações a oficinas em Vila Real e em Chaves, resultantes do natural desgaste associado ao intenso uso e às exigentes condições de circulação”, apontou ainda.

Para Fernando Salvador, estas viaturas “não são adequadas a este socorro” e, por isso, considerou que “tem de haver uma substituição por novas viaturas, com menor número de quilómetros, com menor número de anos, com menor número de problemas recorrentes, de forma a garantir e a dar segurança às populações”.

No comunicado, a OM de Vila Real disse que “esta situação parece não ser uniforme a nível nacional, sendo particularmente preocupante no Interior Norte, onde as VMER percorrem longas distâncias em estradas sinuosas e de montanha”.

Pelo que reforçou que a “disponibilização de viaturas recentes e fiáveis deveria ser uma prioridade, em nome da segurança dos profissionais e da eficácia da resposta em emergência médica” e apelou a uma “resolução célere e eficaz deste problema”.

O Conselho Sub-Regional de Vila Real da Ordem dos Médicos disse ainda estar solidário com o recente abaixo-assinado dos profissionais que prestam serviço nestas VMER e que denunciaram esta situação junto das entidades competentes.

Contactado pela Lusa, fonte do INEM garantiu que se encontra a implementar um plano plurianual para aquisição de veículos, entre 2025 e 2027, com o objetivo de renovar a totalidade da sua frota no valor de cerca de 19,1 milhões de euros.

Para 2025, acrescentou, está prevista a aquisição de 106 veículos, dos quais 56 ambulâncias e 36 VMER, num investimento previsto de 6,7 milhões de euros.

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