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Misericórdia de Mogadouro defende utilização da teleassistência em casos de demência

Lusa
30-10-2025 17:45h

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Mogadouro defendeu hoje a utilização do sistema de teleassistência em funcionamento na instituição desde 2021 e que levou à localização de uma idosa que esteve desaparecida por mais de cinco horas.

“Esta é a primeira vez que uma idosa, portadora de demência, desta instituição é localizada por via do sistema de teleassistência. Trata-se de uma idosa que saiu da sua residência em Urrós, por volta das 14:00, e foi localizada a cerca de 10 quilómetros, após ter andado sozinha pelo monte durante várias horas na quarta-feira. Graças a este sistema teleassistência, foi localizada de boa saúde e sem ferimentos por volta das 19:00”, explicou o João Henriques.

Este sistema foi instalado pela Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro (SCMM) em 2021, em plena pandemia de covid-19, e o serviço conta com mais de uma centena de dispositivos, utiliza chamada de voz e georreferenciação, custando cerca de 3.000 euros mensais à instituição.

De acordo com o provedor, o alerta foi dado à misericórdia às 18:30 de quarta-feira por familiares e de imediato foi acionado o sistema de comunicação e georreferenciação que a idosa trazia no pulso, o que permitiu a sua localização.

“Estes sistemas são importantes e não é só tê-los. Estes aparelhos têm de ser utilizados para que haja bons desfechos, em situações de pessoas com demência que se desorientam com facilidade”, indicou.

João Henriques disse ainda que este pode ser um bom exemplo para que todos os familiares e cuidadores possam acompanhar as pessoas que têm demências e que estão a seu cargo.

“É preciso insistir na utilização deste sistema. Neste caso não havia qualquer referência de ruas ou estradas e outros pontos, porque a pessoas estava desorientada no monte por onde andou perdida durante cinco horas”, explicou.

Este sistema emite um sinal de cinco em cinco minutos e os familiares podem falar com o portador do equipamento e assim ter uma ideia do seu estado.

“Fomos tranquilizando a senhora através da comunicação de voz, num diálogo entre um familiar e os técnicos de SCMM que iam seguindo o trajeto através de geolocalização por satélite e onde todos os pontos estavam registados num sistema informático”, disse João Henriques.

Para o provedor, este caso vem provar a importância do serviço de teleassistência para doentes com demência e que são apoiados pelo serviço domiciliário, mas também para outros utentes que, em caso de queda, podem acionar o dispositivo que trazem no pulso, tal como um relógio.

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