A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto vai enviar à Reitoria no final da próxima semana a nova proposta de regulamento para o Concurso Especial de Acesso ao Mestrado Integrado em Medicina, avançou hoje à Lusa.
“A Faculdade está a tomar todas as diligências para que esse novo Regulamento seja enviado até ao final da próxima semana”, adiantou fonte oficial da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
A FMUP está a desenhar uma nova proposta de regulamento no âmbito do Concurso Especial para Acesso ao Ciclo de Estudos do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP por titulares do grau de licenciado, no qual a prova de conhecimentos deverá ser eliminada.
A alteração ao regulamento surge na sequência da polémica do concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina na U.Porto, que veio a público em setembro, onde o reitor da U.Porto, António Sousa Pereira, denunciava ter recebido “pressões de várias pessoas influentes e com acesso ao poder” para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não que não tinham obtido a classificação mínima na prova de conhecimentos (14 valores), nota essa exigida no curso especial de acesso ao Mestrado Integrado.
No âmbito desse concurso, 30 pessoas receberam um 'email' da Faculdade de Medicina a dizer que tinham entrado no curso, mas esse e-mail não foi homologado pelo reitor e os alunos acabaram por não ingressar no mestrado.
Os candidatos excluídos manifestaram-se lesados pela U.Porto, referindo que mudaram de cidade, abandonaram empregos de anos, investiram em imóveis e desistiram de mestrados, e, a maioria, interpôs no dia 15 de outubro uma ação no tribunal.
O reitor da Universidade do Porto já garantiu que não iria obstaculizar alterações ao regulamento do concurso especial de acesso ao curso de Medicina que lhe fosse propostas pelo conselho científico da FMUP, desde que as alterações cumprissem a lei.
“Quem tem competência do ponto de vista estatutário para fazer o regulamento é o Conselho Científico da Faculdade de Medicina. Portanto, desde que me apresentem um regulamento que cumpra a lei não há razão nenhuma para eu o obstaculizar”, avançou à Lusa António de Sousa Pereira.