A agência de 'rating' S&P adverte que os bancos em todo o mundo enfrentam uma revisão de perspetivas para "negativa" devido à pandemia da covid-19, embora seja provável que muitos mantenham as suas classificações de crédito.
Num comunicado, citado pela EFE, a agência norte-americana constata que, ao longo de 2020, os bancos serão expostos a uma revisão dos seus 'ratings' devido ao impacto da pandemia, à queda no preço do petróleo e à volatilidade dos mercados.
"Contudo, prevemos que isto será amplamente limitado a uma revisão da perspetiva para negativa, com uma redução (de ‘ratings’) menor do que em outros setores de negócios", disse o analista Alexandre Birry.
Segundo a S&P, o impacto da crise nos bancos será compensado pelo fortalecimento dos balanços nos últimos dez anos, o apoio das autoridades públicas às famílias e aos mercados corporativos e a possibilidade de uma recuperação económica sustentável no próximo ano.
Das 97 análises relacionadas com a covid-19 ou a queda do preço do petróleo feitas pela agência até 17 de abril, três quartos foram revisões de perspetivas para "negativas" e apenas um quarto foi uma revisão em baixa do 'rating' de crédito, observa Birry.
A agência explica que a deterioração das perspetivas para os bancos mundiais baseia-se numa previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) global se vai contrair 2,4% este ano – com uma queda de 5,2% do PIB dos Estados Unidos e de 7,3% do da zona do euro –, embora estime que o PIB cresça 5,9% em 2021.