O BE/Açores defendeu hoje um "levantamento exaustivo” dos alunos sem equipamentos que permitam aceder ao ensino à distância, “para evitar o aprofundamento de situações de enormes desigualdades entre alunos” na pandemia de covid-19.
Em comunicado enviado às redações, os bloquistas mencionam que, “embora o Governo Regional tenha assumido publicamente que São Miguel seria a única ilha em que ainda havia alguns alunos sem acesso à Internet em casa, o Bloco de Esquerda tem conhecimento de alunos nas Flores, por exemplo, que ainda não têm computador com Internet em casa”.
O partido, liderado nos Açores por António Lima, considera ainda que “os conteúdos novos que serão transmitidos não deverão contar para a avaliação contínua final”.
“De qualquer forma, e considerando a possibilidade de novos surtos de covid-19, num futuro mais ou menos próximo, é importante identificar e ultrapassar todas as dificuldades que este modelo de ensino à distância apresenta, para que, no futuro, seja implementado sem sobressaltos”, prossegue o comunicado.
A estrutura regional do Bloco de Esquerda defende que “haja uma especial atenção em relação aos alunos com necessidades educativas especiais e às famílias com rendimentos mais baixos”.
Com as escolas encerradas desde 16 de março devido à covid-19, o ensino passou a ser realizado à distância através de aulas virtuais.
Para o terceiro período escolar, o Governo da República anunciou que as aulas virtuais iriam ser complementadas por conteúdos transmitidos pela RTP Memória para alunos até ao 9.º ano.
Nos Açores, os conteúdos do pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico (do primeiro ao quarto ano) serão diferentes dos do continente nas áreas da Matemática e Português e serão transmitidos pela RTP Açores.
“«Aprender em Casa» destina-se a crianças do pré-escolar e a alunos do primeiro ciclo do ensino básico. As aulas são organizadas em blocos de 30 minutos, sendo que cada um destes espaços se destina a um grupo de alunos em específico”, avança a RTP Açores.
Até ao momento, já foram detetados na região um total de 138 casos, verificando-se 19 recuperados, oito óbitos e 111 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 84 em São Miguel, cinco na ilha Terceira, cinco na Graciosa, três em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.
Os dados da Autoridade Regional de Saúde dos Açores têm por vezes sido diferentes dos anunciados para a região pela DGS, mas a entidade açoriana realça que os números a registar são os seus.
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 178 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.