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Covid-19: Novo Banco com 31 mil moratórias de créditos no montante de 4,5 mil ME (ATUALIZADA)

LUSA
22-04-2020 17:54h

O presidente do Novo Banco disse hoje, no parlamento, que o banco concedeu 31.155 moratórias de créditos, no valor de 4,5 mil milhões de euros.

Em audição perante os deputados das comissões de Economia e de Orçamento e Finanças, António Ramalho disse que as moratórias de crédito legais concedidas (as impostas pelo Governo) representam 9,7% do crédito do banco e que em um terço dessas os clientes preferiram apenas ter suspensão do pagamento de capital.
O gestor disse ainda que o valor de 4,5 mil milhões de euros se refere ao montante total dos créditos abrangidos pelas moratórias, não ao valor das prestações suspenso de pagamento (que é bem menor).
Desde final de março, está em vigor a lei que permite a suspensão dos pagamentos das prestações de créditos à habitação e créditos de empresas (capital e/ou juros) por seis meses, de abril a setembro.
Na semana passada, os principais bancos que operam em Portugal acordaram moratórias para crédito ao consumo (não abrangido pela lei do Governo) e crédito à habitação, sendo que neste podem aceder à moratória clientes com quebras de 20% nos seus rendimentos (que a lei do Governo também não abrange).
Sobre as linhas de crédito covid-19 (garantidas pelo Estado), de apoio às empresas, António Ramalho destacou que o banco colocou 48% do dinheiro disponível da primeira linha, de 400 milhões de euros, e considerou insuficiente o limite de dois milhões de euros de crédito que as grandes empresas podem pedir.
Na audição de hoje, o gestor também falou sobre plano de reestruturação do Novo Banco, tendo considerado que 2019 foi um ano importante para a limpeza de balanço (com venda de imóveis e carteiras de crédito e de reestruturações) e que por isso o banco está em melhor situação para financiar a economia na crise criada pela pandemia de covid-19.
Já questionado sobre se o Novo Banco deverá ir buscar os quase 1.000 milhões de euros ainda disponíveis pelo Mecanismo de Contingência, o gestor não respondeu: "Não lhe posso responder", disse António Ramalho ao deputado do PCP Duarte Alves.
O Novo Banco divulgou, em finais de fevereiro, que teve prejuízos de 1.058,8 milhões de euros em 2019 (abaixo dos 1.412,6 milhões de euros de 2018) e que pedirá mais uma injeção de capital ao Fundo de Resolução (entidade da esfera pública), desta vez de 1.037 milhões de euros, no âmbito do acordo de recapitalização feito aquando da venda de 75% do capital ao fundo norte-americano Lone Star, em outubro de 2017, mantendo o Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado, gerido pelo Banco de Portugal) os restantes 25%.
A somar-se este valor ao que o banco já recebeu em 2017 e 2018, o valor total injetado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco ascenderá a 2.978 milhões de euros, pelo que ainda faltam quase mil milhões de euros para atingir o limite máximo que o Novo Banco pode receber do Fundo de Resolução bancário (3,89 mil milhões de euros).

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