O Brasil ultrapassou hoje a barreira dos três mil novos casos diários do novo coronavírus, registando o número recorde de 3.058 infetados e 204 mortos nas últimas 24 horas, informou hoje o executivo.
O país sul-americano registou 204 mortes, o mesmo número contabilizado no dia anterior, e 3.058 novas pessoas infetadas, mais 1.226 do que na terça-feira (1.832).
Além do número recorde de novos casos num único dia, o país sul-americano registou um aumento de 13% nas vítimas mortais, de 1.532 para 1.736, enquanto o número de infetados cresceu 12%, de 25.262 para 28.320 casos confirmados.
A taxa de letalidade do novo coronavírus no país manteve-se em 6,1%, indicou o Ministério da Saúde.
São Paulo continua a ser o estado brasileiro com maior número de casos confirmados, registando 778 mortos e tendo ultrapassado hoje os 11 mil infetados, totlizando 11.043 casos de infeção.
Seguem-se o Rio de Janeiro, com 265 vítimas mortais e 3.743 casos confirmados, e o Ceará, que teve, até ao momento, 116 óbitos e 2.157 casos de infeção.
Tocantins, localizado na região norte do país e que até terça-feira era o único estado brasileiro sem casos de mortes, registou o seu primeiro óbito devido à covid-19.
Assim, todos as 27 unidades federativas do Brasil (26 estados mais o Distrito Federal) possuem agora óbitos associados à infeção pelo novo coronavírus.
Apesar de 73% das vítimas mortais associadas à covid-19 terem mais de 60 anos, já morreram no país pelo menos 389 pessoas com idade inferior.
Do total de casos confirmados, 6.634 estão em estado grave, necessitando de internamento em hospitais, de acordo com o Governo.
Numa conferência de imprensa, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, informou que chegou hoje ao país um voo com 159 ventiladores e 300 mil máscaras, material que foi adquirido pela Suzano, empresa brasileira do setor de celulose e papel, acrescentando que parte dessas unidades será entregue à tutela.
Ainda na conferência de imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que rejeitou o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, frisando que ambos apenas sairão do Governo juntos.
"Entramos no Ministério [da Saúde] juntos, estamos no Ministério juntos e sairemos dele juntos. Hoje houve muito ruído por causa do Wanderson (...). Ele avisou o seu setor de que iria sair, mas eu já falei que não aceito [a demissão]. Vamos trabalhar juntos até chegar o momento de sairmos juntos", disse Mandetta numa conferência de imprensa na tarde de hoje, ao lado de Wanderson de Oliveira.
O secretário de Vigilância em Saúde do Brasil, Wanderson de Oliveira, pediu hoje a demissão, decisão que ocorre quando o país continua a registar um aumento do número de infetados pelo novo coronavírus.
Questionado pelos jornalistas acerca do motivo que o levou a pedir demissão, Wanderson apontou o "cansaço".
"Estamos muito cansados. Eu não pedi demissão diretamente ao ministro, mas falei para a minha equipa. A mensagem é: vamo-nos preparar para sair juntos com o ministro Mandetta. Esse processo vem sendo discutido já há algumas semanas. (...) Mas eu não vou deixar o ministro. O ministro já falou que estamos juntos. Não teve um motivo específico. Nós estamos cansados", reforçou Wanderson.
O pedido de demissão surgiu num momento em que circulam informações de uma eventual demissão de Luiz Henrique Mandetta, que tem contrariado o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ao defender que a população deve manter o isolamento social para combater a pandemia de covid-19.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 131 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.