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Covid-19: Ministra diz que há "espaços de retaguarda" para apoiar lares

14-04-2020 18:41h

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse hoje que existem “espaços de retaguarda” para apoiar os lares, na eventualidade de ser necessário retirar idosos com testes negativos ou positivos a infeção com o novo coronavírus.

O que tem estado a ser feito “com a situação dos lares é também criar mecanismos especiais de apoio para quando é preciso retirar as pessoas dos lares, criando espaços de retaguarda”, a par de “um programa de reforço dos recursos humanos”, através do Instituto do Emprego e Formação profissional (IEFP), afiançou Ana Mendes Godinho, em Évora.

A ministra foi questionada pelos jornalistas sobre o facto de a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) terem pedido a intervenção do Presidente da República, na segunda-feira, no sentido de ser encontrada uma solução para retirar dos lares os utentes com covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

“A preocupação que foi sinalizada quer pela CNIS, quer pela UMP, é encontrar espaços de retaguarda também para as pessoas que tenham teste positivo mas que não tenham sintomas. Sabemos que, muitas vezes, são pessoas que têm dificuldade de mobilidade e, portanto, temos também que tentar perturbar o menos possível a vida destas pessoas”, afirmou.

Ana Mendes Godinho lembrou que “existe um protocolo completamente identificado e definido sobre como tratar cada uma das situações, sempre que se detetam casos positivos nos lares”, ou seja, quando têm sintomas, “as pessoas devem ir para os hospitais”.

“Quando não tenham sintomas, deve-se encontrar uma solução alternativa que, depois, deve ser avaliada em função da capacidade que o espaço tem de ter isolamento e de ter, em simultâneo, dois espaços separados para pessoas que tenham teste positivo ou teste negativo”, acrescentou.

Mas, além disso, “criámos espaços de retaguarda para as duas situações, sejam situações em que as pessoas tenham teste negativo, sejam espaços próprios preparados para pessoas quando tenham teste positivo, ainda que sem sintomas”, adiantou.

Este trabalho foi feito em conjunto com a Proteção Civil, as Forças Armadas, as câmaras municipais e a Segurança Social, com o objetivo de que, “em cada um dos territórios”, exista “esta capacidade de ter estas camas, estes espaços próprios para estas pessoas, respondendo à preocupação” dos casos “em que os lares não conseguem responder à situação”, frisou.

Questionada sobre o caso do Alentejo, a ministra referiu que “estão a ser criados esses espaços” nomeadamente para pessoas com “teste de covid-19 positivo”.

“Os espaços já existem, são espaços das Forças Armadas que estão a ser mobilizados e preparados, nomeadamente com recursos humanos e com equipamentos de proteção individuais para gerir essas situações”, caso venha a ser necessário ativá-los, sublinhou.

De qualquer forma, enfatizou, a situação dos lares “tem de ser analisada caso a caso, para perturbar o mínimo possível a vida das pessoas”.

Ana Mendes Godinho e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, deslocaram-se hoje ao polo da Mitra da Universidade de Évora (UÉ) para visitarem o Laboratório de Virologia Vegetal do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), onde começou a funcionar, na segunda-feira, uma unidade que realiza testes à covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

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