Os restantes 27 moradores do bairro Espadanal, em Moura (Beja), onde existem 33 casos de covid-19, tiveram resultados negativos nos testes de despiste à doença, revelou hoje o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil.
“Os 59 moradores do Espadanal foram todos testados e, além dos 32 confirmados como positivos, aguardávamos os resultados dos outros 27. Já foram apurados e foram todos negativos”, disse à agência o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Moura, Diogo Saraiva.
Segundo o responsável, também foram realizados testes de despiste à covid-19 a cinco operacionais da corporação dos Bombeiros Voluntários de Moura, os quais deram, igualmente, resultado negativo.
“Foram os operacionais que efetuaram o transporte, dentro do período dos 14 dias antes do aparecimento dos sintomas do primeiro caso confirmado”, justificou.
O primeiro caso confirmado da doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) na comunidade do bairro Espadanal, na periferia da cidade de Moura, foi o de “um homem, de 57 anos”, que “está internado no Hospital de Beja”, cidade para onde era transportado para “realizar hemodiálise”, disse Diogo Saraiva.
No sábado, o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil indicou à Lusa que o número total de pessoas infetadas com o novo coronavírus responsável pela covid-19 no bairro Espadanal tinha subido para 32 (17 crianças e 15 adultos).
Uma outra senhora de Moura, que “não faz parte dessa comunidade, mas partilhou a mesma ambulância com o primeiro caso positivo do Espadanal, para fazer hemodiálise em Beja”, também ficou infetada, elevando para 33 o número de casos da doença no concelho, esclareceu hoje Diogo Saraiva.
Os residentes no Espadanal encontram-se em confinamento obrigatório, pelo que não podem sair do local, que está a ser vigiado pela GNR, disse o mesmo responsável.
No domingo, em comunicado, o Governo assinalou que o bairro da comunidade de etnia cigana já tinha sido desinfetado e sublinhou que as forças de segurança se encontravam presentes nas zonas de acesso, de forma a impedir a saída de pessoas, devido à situação de confinamento.
O coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil frisou hoje à Lusa que, com exceção do primeiro caso, “as outras pessoas” do bairro infetadas “não necessitaram internamento” e “não apresentam sintomas”, sendo que, “dentro das limitações impostas pela situação, fazem a sua vida normal”.
“Toda a gente está a cumprir a quarentena e está a ser acompanhada de perto pelo centro de Saúde e pela autoridade de Saúde da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)”, disse.
Já a câmara, “assegura tudo o que é alimentação, medicação e os bens essenciais para que todos possam viver o dia-a-dia”, sublinhou.
No comunicado de domingo, o Governo disse ter desenvolvido um conjunto de medidas para apoiar na resposta à pandemia da covid-19 a comunidade cigana no bairro Espadanal, indicando que as Forças de Segurança, em articulação com a Autoridade Regional de Saúde (ARS) estavam a assegurar as necessidades de alimentação, medicação, receituários e cuidados de saúde, no período de confinamento.
No final de domingo, o município, de maioria PS, emitiu um comunicado para esclarecer que “a resposta às necessidades alimentares e receituário está a ser assegurada, exclusivamente, pela câmara”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 112 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
No Alentejo, segundo a DGS, há 140 casos de infeção confirmados e ainda não se registou qualquer morte por covid-19.