Angola conta a partir de hoje com um grupo de 264 médicos cubanos que chegaram ao país para o reforço e formação das equipas médicas dos 164 municípios angolanos nas ações de combate à covid-19.
O contingente médico cubano que chegou hoje a Luanda é composto por vários especialistas, nomeadamente intensivistas, anestesistas, infetologistas, médicos de saúde pública, entre outros.
Os médicos, que vão cumprir a partir desta sexta-feira uma quarentena abaixo dos catorze dias, foram recebidos no aeroporto internacional 4 de Fevereiro pelos membros da Comissão Intersetorial de Controlo à Pandemia em Angola e da embaixada cubana.
Segundo a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, os médicos cubanos trazem para o país uma "vasta experiência" no domínio do combate das grandes endemias e com os mesmos "vamos garantir assistência médica diferenciada nos 164 municípios do país".
Uma quarentena de pouco menos de 14 dias será cumprida pelos médicos cubanos, porque, sublinhou a governante, apesar de já cumprirem quarentena no seu país farão novos testes em Angola.
"E uma quarentena abaixo dos 14 dias para termos a possibilidade de avaliar a evolução deles, num período de no mínimo cinco dias, e depois fazer a testagem", disse Sílvia Lutucuta, em declarações aos jornalistas.
Pelo menos 30 toneladas de medicamentos chegaram igualmente hoje de Cuba, nomeadamente interferon, a cloroquina e a zitromicina que "são por esta altura os medicamentos mais utilizados no tratamento de doentes com covid-19".
Angola, que cumpre hoje o último dia do primeiro período do estado de emergência que visa conter a propagação do novo coronavírus, conta com 19 casos confirmados de pessoas infetadas, entre os quais 15 ativos, dois óbitos e dois recuperados.
A partir de sábado, 11 de abril, o país cumpre mais quinze dias de estado de emergência prorrogado, na quinta-feira, pelo Presidente angolano, João Lourenço.
Sílvia Lutucuta recordou que por enquanto os casos positivos da covid-19 em Angola são importados, referindo que estão em curso análises de trabalhadores dos hotéis, transformados em centros de quarentena, e de pessoas que tiveram contacto com os que testaram positivo.
"Esperemos que continuemos assim, é o nosso desejo, mas é tudo muito imprevisível e temos que acompanhar a forma de contágio que é muito rápido e continuamos a apelar ao isolamento social, as pessoas devem acautelar as medidas de proteção individual e coletiva", exortou.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 630 num universo de mais de 12.219 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões em 193 países e territórios desde o início da pandemia.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.