A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) indicou hoje que, face ao estado de emergência devido à covid-19, algumas seguradoras têm realizado peritagens por videoconferência, sublinhando que a avaliação deve ser feita em oficinas para a identificação dos danos.
“Durante a vigência do estado de emergência, alegadamente, algumas companhias seguradoras têm pugnado pela realização de peritagem através de videoconferência, a partir da habitação dos lesados […]. Por outro lado, outras companhias têm feito deslocar os seus peritos junto dos veículos sinistrados, realizando peritagens porta a porta”, indicou, em comunicado, a ARAN.
Assim, conforme apontou a associação, os acordos quanto ao valor das indemnizações podem ser firmados “de imediato”, sem pagamento dos correspondentes impostos, o que inviabiliza reparações “na medida em que, caso os lesados queiram proceder posteriormente à reparação, terão de suportar do seu bolso o IVA respetivo”.
Posto isto, a ARAN defendeu que, apesar de ser adequada a realização de peritagens por videoconferência, também deve ser “acautelada uma adequada avaliação dos danos dos veículos sinistrados em locais apropriados para esse efeito, ou seja, nas oficinas, pois dos acidentes poderão até ter resultado danos aparentes que não são possíveis de identificar por quem não tenha conhecimento especializado” e pôr em causa a segurança rodoviária.
Adicionalmente, a associação referiu que muitas oficinas têm disponibilizados serviços de recolha e entrega de veículos em casa, relembrando que esta atividade, no âmbito do estado de emergência, foi considerada como essencial, pelo que, “se afigura fundamental” que a segurança seja acautelada.
“Cumpre à ARAN manifestar o seu veemente repúdio em relação à alegada prática”, concluiu.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.