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Parlamento polaco aprova eleições presidenciais apenas por correspondência

LUSA
06-04-2020 23:24h

O parlamento polaco aprovou na segunda-feira a realização das eleições presidenciais exclusivamente através de voto por correspondência, devido às medidas de contenção impostas face à pandemia de covid-19.

Hoje ainda houve um breve impasse quando o vice-primeiro-ministro, Jaroslaw Gowin, apresentou a demissão depois de não convencer o líder do partido no poder, Jaroslaw Kaczynski, a adiar a eleição por dois anos.

O líder do partido Aliança, Jaroslaw Gowin, disse que é irresponsável realizar eleições quando o país está a enfrentar uma pandemia e a sofrer com os problemas económicos que esta provocou.

A coligação conservadora no poder permaneceu intacta e conseguiu garantir a aprovação parlamentar no final do dia, para que se realizem as eleições através de voto por correspondência.

Jaroslaw Gowin disse que o seu grupo parlamentar, que integra a coligação governamental liderada pelo PiS garantindo a maioria em votos do partido no poder, não retirava o apoio ao Governo.

Caso nenhum dos candidatos não garanta mais de 50% dos votos expressos, a segunda volta entre os dois candidatos mais votados foi marcada para 24 de maio.

Segundo sondagens recentes, o Presidente cessante e proveniente das fileiras do partido Justiça e Desenvolvimento (PiS, no poder), pode obter entre 38 e 44% dos votos, seguido por Malgorzata Kidawa-Blonska, candidata da Plataforma Cívica (PO, liberal), a principal força da oposição e creditada com cerca de 22% das intenções de voto.

Na eventualidade de uma segunda volta, o Presidente cessante seria reconduzido.

Entre os candidatos à chefia do Estado incluem-se ainda o jornalista e apresentador independente Szymon Holownia (centro, católico), com 9 a 11% das intenções de voto, e o eurodeputado Robert Biedron, o primeiro político do país com um cargo importante a assumir publicamente a sua homossexualidade (9%), e apoiado pela esquerda.

O Partido Camponês (PSL) apresenta como candidato o seu presidente Wladyslaw Kosiniak-Kamysz (cerca de 6%), e o de extrema-direita, Krzysztof Bosak, não vai além dos 3%.

O escrutínio será crucial para os nacionalistas conservadores, reconduzidos no poder após as legislativas de outubro, e quando o chefe de Estado possui o poder de bloquear as leis votadas pelo parlamento 460 lugares e controlado pelo PiS, que garante maioria absoluta com 235 deputados.

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