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Covid-19: Maioria das empresas do Alto Minho temem impacto “ainda mais forte” no futuro

LUSA
06-04-2020 16:13h

A maioria das 20 empresas do distrito de Viana do Castelo inquiridas pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) sobre o impacto da covid-19 revelaram "temer", no futuro, "consequências ainda mais fortes" da pandemia, informou hoje aquela estrutura.

Em comunicado enviado hoje às redações, a CEVAL adiantou que o inquérito sobre "O Impacto da covid-19 na atividade das empresas do Alto Minho", realizado entre os dias 26 e 31 de março, junto de 20 empresas que operam nos setores da indústria, comércio e serviços, empregando um total de 465 trabalhadores, revelou que 50% dos empresários dizem estar, atualmente, sentir um embate "muito forte".

O adiamento ou cancelamento de investimentos, a paragem total de atividade, sobretudo no setor automóvel, grandes quebras no consumo de produtos, dificuldade nas cobranças por serviços prestados, como é o caso de gabinetes de contabilidade, foram as razões apontadas pelos empresários sobre o impacto que esta pandemia está a ter na sua atividade.

Segundo o estudo da CEVAL, do total de micro, pequenas, médias e grandes empresas dos 10 municípios do distrito de Viana do Castelo, 44,4% disseram estar "já a sentir um impacto muito forte" na procura, causado pelo novo coronavírus, sendo que aquele valor sobe para os 70,6% quando questionadas sobre o impacto no futuro.

"Quando questionadas sobre a redução da sua atividade ou cancelamento de alguma ação, 77,8% das empresas inquiridas foi unânime ao afirmar que tiveram a necessidade de o fazer, já 22,2% afirmou não ter tido, até ao momento, essa necessidade".

Já quando questionadas sobre o impacto da pandemia "na execução de projetos apoiados pelo Portugal 2020, seja através do cancelamento ou adiamento de ações, 61,1% respondeu ter sido afetada em projetos internacionais e 38,9% "não ter sentido qualquer afetação".

Nos programas de apoio nacionais, 77,8% das empresas inquiridas disse ter sido afetada nos seus projetos, enquanto 22,2% respondeu negativamente.

O estudo revelou ainda que "55,6% das empresas que responderam ao inquérito informaram ter suspendido total ou parcialmente a sua atividade, e 44,4% disseram não o ter feito até agora".

Das 20 empresas que participaram no inquérito, empregando um total de 465 trabalhadores, "a maior representa 295 e, a mais pequena, é unipessoal".

A regularização/ redução dos prazos de pagamentos a fornecedores, o prolongamento automático de todos os prazos de execução de projetos de investimento, a abertura de novos concursos, a criação de uma campanha de estímulo ao consumo de produtos nacionais, a apresentação da declaração de IVA mensalmente, o financiamento bancário, com condições específicas e a necessidade de articulação das medidas governativas com as associações empresariais foram algumas das propostas de mitigação dos efeitos da pandemia apresentadas pelas empresas que responderam ao inquérito.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

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