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Covid-19: Líderes do centro-esquerda do Brasil exigem renúncia de Bolsonaro

LUSA
30-03-2020 19:14h

Três ex-candidatos à presidência, um governador e líderes de seis partidos de centro-esquerda do Brasil pediram hoje a renúncia do Presidente, Jair Bolsonaro, a quem consideram "incapaz" de enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus.

O pedido consta de uma carta manifesto divulgada nos ‘media’ locais na qual os líderes da oposição afirmam que o chefe de Estado "não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia".

"[Bolsonaro] comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um Presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários", lê-se no documento.

A carta é assinada pelos ex-candidatos à Presidência do Brasil em 2018, Ciro Gomes, Fernando Haddad e Guilherme Boulos, bem como pelos presidentes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PCB), Partido Socialista Democrático (PCB), Partido Democrata do Trabalho (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Nesse contexto, o documento divulgado pelos líderes da oposição diz que o país precisa dar "um basta" e pedem a saída de Jair Bolsonaro.

"Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", acusou o documento.

A carta citou atitudes controversas adotadas pelo líder brasileiro, que além de minimizar o impacto da covid-19, criticou quarentenas e medidas de prevenção adotadas pelos governos regionais e municipais, que seguiram as recomendações da Organização Mundial da Saúde Mundial (OMS).

A posição de Bolsonaro diante da crise global é ainda confrontada com a de seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defendeu publicamente medidas restritivas como os únicos métodos eficazes contra a propagação do novo coronavírus.

Embora tenham causado enorme controvérsia e tenham levado alguns parlamentares a tentarem promover um julgamento político com vistas à possível destituição do Presidente brasileiro, as atitudes de Bolsonaro não assustam toda a população.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Datafolha indicou que 35% dos brasileiro acreditam que o desempenho de Bolsonaro perante a crise é "ótimo ou bom", em comparação com 33% dos que o descrevem como "ruim ou péssimo" e 26% consideram "regular".

O número de mortos no Brasil devido ao novo coronavírus aumentou para 136 e o país registou 4.256 infetados no domingo, segundo o Ministério da Saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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