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Covid-19: Trabalhadores da vigilância eletrónica a detidos queixam-se de falta de equipamento de proteção

LUSA
30-03-2020 18:00h

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) exigiu hoje “que o Ministério da Justiça tome medidas urgentes para fazer chegar aos técnicos de vigilância eletrónica equipamentos de proteção que foram anunciados.

A FNSTFPS afirma, em comunicado divulgado hoje, que estes trabalhadores queixam-se de não terem máscaras “para as situações de contacto direto com os portadores de pulseiras eletrónicas e que as restantes equipas espalhadas pelo país têm stocks muito baixos, considerando que se trata de material descartável”.

“Quanto ao gel desinfetante há apenas um litro por equipa e ainda que todas as equipas tenham luvas, os stocks são igualmente muito baixos. As batas que a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) comunicou que iria distribuir, não apareceram até ao momento”, aponta a FNSTFPS.

A federação sindical refere ainda que face à pandemia de covid-19, que já chegou às prisões, e perante a hipótese de ser decidida a libertação de presos, que passarão a usar pulseira eletrónica, terão de ser tomadas "medidas de reforço de efetivos, para dar acompanhamento a esta situação de emergência”.

“Atualmente existem 76 TPRS (Técnicos de Reinserção Social) ao serviço em todo o país, para acompanhar 3.200 pulseiras, mais 1.500 vítimas de violência doméstica que usam um equipamento de aproximação do agressor, o que dá um total de 4.700 pessoas a vigiar. Se a estes forem somados os eventuais 1.500 presos (que segundo da FNSTFPS poderão ser abrangidos por uma eventual medida de libertação), com o mesmo número de TPRS, ao problema da sobrelotação das cadeias, acrescentar-se-á o da sobrelotação da vigilância Eletrónica”, adverte o comunicado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

 

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