A União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) da Guarda está a alertar os lares de idosos da região para terem espaços alternativos para responderem a eventuais casos de utentes infetados pela pandemia da covid-19.
O presidente da UDIPSS da Guarda, Rui Reis, disse hoje à agência Lusa que os lares de idosos, que naquele distrito do interior do país acolhem cerca de três mil utentes, são uma "preocupação enorme".
"O número de idosos internados em ERPI (Estrutura Residencial Para Idosos) e o número de instituições que têm essa resposta social é enorme e, portanto, temos que nos preocupar com isso, porque poderá estar aqui um autêntico barril de pólvora e que nos poderá, efetivamente, acarretar alguns dissabores", afirma o responsável.
Perante a situação, Rui Reis tem procurado "um diálogo muito intenso com as instituições, com as direções, sobretudo com as direções técnicas", referindo que "todas elas têm o plano de contingência preparado".
"Mas, neste momento, procuramos, conjuntamente com as instituições, uma outra solução, que passa por essas instituições terem a capacidade de ter serviços na retaguarda, no meio geográfico envolvente, a nível concelhio ou até a nível de cada freguesia, de poderem ter um equipamento que possa, de alguma forma e em caso de necessidade, aliviar um pouco a colocação de idosos nesses mesmos espaços", explicou.
Os espaços alternativos possibilitarão que, em caso de eventuais infetados com o coronavírus, os utentes fiquem confinados e a instituição continue a laborar "de uma forma regular e eficiente".
Rui Reis indicou que em cada umas das freguesias há sempre espaços para serem utilizados, como casas paroquiais, centros comunitários ou associações juvenis, e que a UDIPSS já contactou instituições na cidade da Guarda que se disponibilizaram a ceder espaços em caso de necessidade.
Os municípios do distrito "estão a trabalhar muito bem" e na região "estão disseminados vários locais" que podem ser utilizados, assinalou.
O presidente da UDIPSS/Guarda referiu ainda à Lusa que as instituições de apoio a idosos "estão empenhadas" em encontrar medidas que minimizem os efeitos da pandemia, mas "também estão em pânico" com o que possa vir a acontecer.
"Não há nenhuma instituição que não esteja muito preocupada com os utentes que tem" e com a possibilidade de ter "um caso de covid", referiu.
Atendendo ao cenário, Rui Reis considera "importante" a decisão do Governo de avançar com rastreios nos lares de idosos do distrito da Guarda, onde existem "inúmeras respostas sociais" para a terceira idade.
Segundo o responsável, de momento, naquele distrito, conhecem-se casos de covid-19 nos lares de idosos das Misericórdias de Vila Nova de Foz Côa (47 utentes testaram positivo) e de Gouveia (um idoso infetado).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).