O vice-presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) Juan Antonio Samaranch considerou hoje que a “primeira prioridade” depois do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, devido à pandemia da covid-19, é resolver o problema da aldeia olímpica.
O dirigente espanhol, filho do antigo presidente do COI Juan António Samaranch, lembrou, em declarações ao portal de notícias Muchodeporte, que a aldeia olímpica “tinha já negócios fechados depois do verão”, sobretudo ao nível da venda de apartamentos, que devem ser resolvidos, “com o apoio de todos”.
Samaranch admitiu que a mudança de data dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020 para 2021 trará “muitas complicações”, pois para “esse ano estão programados vários eventos de modalidades”, mas considerou que 2022 será ainda mais complicado.
“Em 2022 será ainda mais complicado. Teremos os Jogos de Inverno Pequim2022, o Mundial de futebol e uma série de grandes eventos. Além disso, iria piorar ainda mais a disponibilidade da aldeia olímpica”, referiu.
Samaranch considerou que a “única opção é continuar a trabalhar, manter o otimismo e preparar uns grandes Jogos Olímpicos em 2021”.
O espanhol admitiu que a decisão de adiar os Jogos foi difícil, mas reconheceu que “não existia outra opção”.
“Quando a situação começou a piorar [pandemia], decidimos dar um prazo de quatro semanas para decidir, mas concluímos que a saúde e o bem-estar de todos estava em risco”, afirmou.
Na semana passada, o COI anunciou o adiamento “para data nunca posterior ao verão de 2021” os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000. Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 119 mortes e 5.962 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 486 estão internados, 138 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.