As autoridades da Guiné-Bissau apresentaram hoje aos parceiros internacionais um plano de 12,6 milhões de euros para fazer face à pandemia provocada pelo novo coronavírus e que inclui apoio às pessoas mais vulneráveis.
"Nós apresentamos um plano de 14 milhões de dólares (cerca de 12,6 milhões de euros), já existe no país 15 milhões assumidos (13,5 milhões de euros), 1,3 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros) que a União Europeia vai por de imediato a favor da Guiné-Bissau", afirmou aos jornalistas Vitor Mandinga, porta-voz da comissão interministerial guineense para fazer face ao Covid-19.
Os parceiros internacionais da Guiné-Bissau anunciaram hoje apoio às autoridades guineenses, mas por razões humanitárias.
A Guiné-Bissau vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.
O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Emabaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.
Vítor Mandinga, que é também ministro da Economia do Governo de Nuno Nabian, disse que agora é preciso trabalhar com "regra, rigor e disciplina".
"Independentemente de questões políticas está a questão humana, a presença da comunidade internacional ajudou a que o Governo, através da comissão interministerial, apresentasse hoje um orçamento detalhado para todos os pilares necessários para assegurar para que em caso de uma epidemia o sistema nacional de saúde possa dar resposta", salientou.
Para Vítor Mandinga, cabe às atuais autoridades guineenses "cuidar dos vivos e impedir que haja mortos".
"Agora temos é de trabalhar com rigor, disciplina e deixarmos de querelas politiqueiras", insistiu.
Na Guiné-Bissau, as autoridades confirmaram a existência de dois infetados por Covid-19.
No âmbito do combate à pandemia, as autoridades na Guiné-Bissau decidiram encerrar fronteiras, escolas, restaurantes e outro tipo de comércio local, locais de culto, bem como restringir a circulação e a abertura de comércio que vende bens de primeira necessidade ao período entre as 07:00 e as 11:00.