Os idosos que permanecem na O Amanhã da Criança, residência sénior da Maia onde ocorreram duas mortes devido à covid-19, vão ser retirados e levados para outros estabelecimentos do Grande Porto, indicou hoje à Lusa o presidente da instituição.
"O lar vai ser evacuado. Estamos agora mesmo a preparar o plano de evacuação. Os idosos irão para estabelecimentos do Grande Porto, alguns para hospitais e outros ainda estamos a ver", disse José Manuel Correia, presidente do O Amanhã da Criança, instituição que acolhe uma residência sénior localizada em Pedrouços, concelho da Maia.
Em causa está um lar que regista duas mortes, uma no domingo e outra na quarta-feira, devido à pandemia covid-19, e onde, de acordo com balanço feito cerca das 18:00, permaneciam 10 idosos e 10 funcionários infetados, três idosos tinham sido transportadas a hospitais do Porto, e 50 utentes e trabalhadores aguardavam a realização de testes de despistagem do novo coronavírus.
Desesperado, José Manuel Correia contou esta tarde aos jornalistas que ponderava uma "medida radical" para que as autoridades de saúde o "acudissem".
"Já liguei para todos os lados, empurram com a barriga desta para aquela entidade. Só me falta colocar os idosos lá fora e pedir que resolvam. O que pedimos para que nos deixem higienizar o lar por completo para depois todos regressarem em segurança para cá", disse José Manuel Correia.
O concelho da Maia aparece em quarto lugar no relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) em número de infetados com 157 casos confirmados, logo atrás de Vila Nova de Gaia (163), do Porto (259) e de Lisboa (284).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 108.900 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Dos infetados, 191 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.