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Covid-19: Países pedem à ONU que pressione EUA a suspender sanções

LUSA
26-03-2020 17:38h

Oito países que são atualmente alvo de sanções norte-americanas pediram à ONU que pressione Washington a suspender tais medidas que dificultam, segundo defendem, uma luta global e eficaz contra a pandemia da covid-19, foi hoje divulgado.

O apelo foi feito numa carta enviada na quarta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e hoje divulgada.

“Exortamos que peça o levantamento imediato e total destas medidas ilegais, coercivas e arbitrárias de pressão económica (...) de forma a permitir uma resposta total e eficaz de todos os membros da comunidade internacional ao coronavírus", destacou a missiva, divulgada pela missão iraniana junto da ONU na rede social Twitter.

A par do Irão, um dos países mais afetados pela pandemia da covid-19 e também pelas sanções económicas impostas pelos Estados Unidos, a missiva é assinada pela Rússia, China, Venezuela, Coreia do Norte, Nicarágua, Cuba e Síria.

O objetivo deste pedido é, segundo o mesmo texto, "também rejeitar a politização” da atual pandemia, acrescentaram os países signatários, todos sujeitos neste momento a sanções económicas impostas pelos Estados Unidos.

Também hoje, e em declarações durante a cimeira extraordinária por videoconferência dos líderes das 20 maiores economias mundiais (G20) para abordar a pandemia da covid-19, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs uma moratória das sanções, nomeadamente aquelas que dificultam a aquisição de bens considerados como essenciais.

“Têm-se falado muito sobre a necessidade de manter as redes de abastecimento. E isso é, sem dúvida, importante. Mas não menos importante é a criação de ‘corredores verdes’ em tempos de crise, livres de guerras comerciais e sanções, para o envio mútuo de medicamentos, alimentos, equipamentos e tecnologias”, afirmou Putin, cujas declarações foram transmitidas pela televisão pública russa.

O líder russo acrescentou que “o ideal” seria impor uma moratória às restrições relacionadas com bens essenciais e com as transações financeiras necessárias para a aquisição de tais itens.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.

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