O Conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) deu hoje "as boas-vindas" às medidas que já foram tomadas pelos governos "para assegurar recursos suficientes ao setor da saúde e para dar apoio às empresas e setores atingidos".
No boletim económico, hoje publicado, o BCE adianta que as medidas como as garantias de crédito são necessárias para complementar e reforçar as medidas de política monetária aprovadas pelo Conselho de Governadores.
O BCE considera que "a pandemia de coronavírus representa uma emergência de saúde pública coletiva que teve poucos precedentes na história".
"É também um choque económico extremo que requer uma reação política ambiciosa, coordenada e urgente em todas as frentes", adianta o BCE no boletim.
Por isso, o BCE decidiu a semana passada comprar até finais do ano dívida pública e privada da zona euro no valor de 750.000 milhões de euros.
Anteriormente, o BCE já tinha decidido adquirir, também até ao final do ano, dívida no valor de 120.000 milhões de euros e desde novembro está a comprar títulos a um ritmo mensal de 20.000 milhões de euros.
Portanto, o BCE vai comprar este ano dívida da zona euro no valor de 1,1 biliões de euros.
O BCE vai continuar a comprar dívida soberana segundo a participação de capital dos bancos centrais nacionais no BCE, mas com flexibilidade, o que permitirá que haja flutuações nas compras ao longo dos meses entre as distintas classes de ativos e entre países.
O BCE também adquirirá dívida soberana da Grécia, embora não possua um grau de investimento, pelo que as obrigações soberanas gregas estão isentas de preencher os requisitos de admissão.
Além disso, o BCE aceitará mais ativos na compra de títulos corporativos, o que lhe permitirá adquirir notas promissórias, embora devam ter qualidade de crédito suficiente.
O BCE também abrandará os critérios de aceitação de garantias nas operações de financiamento para incluir empréstimos para financiar o setor empresarial.
O BCE sublinhou que depois dos prémios de risco de Itália, Espanha e Grécia terem disparado "não tolerará riscos que afetem a transmissão suave de sua política monetária" em qualquer país da zona euro.
A pandemia do novo coronavírus aumentou as taxas de juro da dívida pública nos prazos mais longos.
A curva da taxa de juros livre de risco subiu e as curvas soberanas, que são fundamentais para fixar o preço de todos os ativos, aumentaram em todo o mundo e mostraram maior dispersão, segundo o BCE.