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Covid-19: Líbia anuncia primeiro caso de pessoa contaminada

24-03-2020 23:57h

Um primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus foi registado na Líbia, anunciaram hoje as autoridades líbias, que já tinham tomado medidas para procurar impedir a propagação da pandemia neste país em guerra.

O ministro da Saúde do Governo de União Nacional (GNA, na sigla em francês), baseado em Tripoli, divulgou a existência de “uma primeira contaminação com o coronavírus na Líbia”, sem dar mais detalhes, nem sobre o doente, nem sobre a região onde esta contaminação foi detetada.

“Foram tomadas as medidas necessárias para tratar” este primeiro caso, afirmou Ehmed Ben Omar, durante uma breve declaração publicada na internet.

O diretor do Centro de Luta contra as Doenças, Badreddine al-Najar, adiantou que o doente regressou há uma semana da Arábia Saudita, com passagem pela Tunísia.

Antes mesmo da deteção deste primeiro caso, o GNA, que é o governo líbio reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), tal como o executivo rival, baseado no leste e liderado pelo marechal Khalifa Haftar, já tinham tomado medidas preventivas.

Um recolher obrigatório noturno e o encerramento de locais públicos foram algumas das medidas aplicadas, enquanto os combates prosseguem a sul da capital.

O risco de uma propagação do vírus é particularmente preocupante na Líbia, onde a situação de segurança e humanitária deteriorou-se a partir do lançamento, no início de abril de 2019, de uma ofensiva por Haftar contra Tripoli, que já provocou mais de mil mortos e 150 mil deslocados.

Os dois campos rivais acusam-se mutuamente desde domingo de violações de uma nova trégua aceitada pelas duas partes, depois de uma iniciativa de vários Estados e de a ONU ter apelado para uma “pausa” nos combates para se poder combater o novo coronavírus.

Mas na terça-feira, na capital líbia, eram ouvidos intensos bombardeamentos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.

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