O Tribunal Judicial da Comarca do Porto decidiu encerrar o edifício do concelho da Maia onde foi confirmado um caso positivo covid-19, admitindo que "existe alarme geral" naquele núcleo, revela nota enviada ao início da noite de hoje.
"O conselho de gestão considera ser de elementar prudência encerrar por três dias o edifício onde funciona o Núcleo da Maia", lê-se em comunicado divulgado pouco depois das 20:00 e que surge na sequência de um outro distribuído cerca das 17:00, no qual este tribunal dava conta de que no sábado uma oficial de justiça foi submetida a teste rápido no Hospital de São João, no Porto, o qual se veio a manifestar positivo.
De acordo com o Tribunal Judicial da Comarca do Porto a situação foi comunicada às autoridades de saúde da Maia, tendo sido remetida à delegada de saúde local "lista com nome e contactos próximos, bem como dos contactos ocasionais" da oficial de justiça que testou positivo para o novo coronavírus, a qual, continua a nota do tribunal, "encontra-se em observação e sujeita a cuidados médicos".
"Existe alarme geral naquele Núcleo [da Maia]. O edifício do Núcleo da Maia encontra-se em desinfeção", acrescenta a instituição de justiça que também comunicou a situação à Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ).
Assim, tendo sido decidido encerrar o edifício onde funcionam os diversos Juízos do Nucleo da Maia até sexta-feira, inclusivamente, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto informa que "todas as diligências urgentes, designadamente de natureza presencial, que tivessem de ter lugar naquele edifício, serão asseguradas no Palácio da Justiça de Matosinhos, pelos magistrados que ali se encontram de serviço".
"O respetivo serviço será assegurado pelas Unidades de Processos que funcionam no Palácio da Justiça de Matosinhos", termina a nota divulgada esta noite.
Já na nota divulgada à tarde, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto garantia que procedeu à desinfeção "especializada" dos espaços e contactou "de imediato" as autoridades de saúde, aguardando resposta.
A agência Lusa solicitou esclarecimentos à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), mas sem sucesso até ao momento.
A Maia aparece em terceiro, depois de Lisboa (175) e do Porto (126), como concelho com mais casos confirmados covid-19 com 104 positivos no relatório divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde.
A Câmara da Maia, no distrito do Porto, revelou hoje que colocou a hipótese, junto da ARS-Norte, de ser decretado o estado de calamidade no concelho e a instituição de um cordão sanitário e que solicitou às forças de segurança "intervenção mais assertiva".
"Mas o principal responsável da ARS-Norte revelou que a situação da Maia não é diferente da maioria dos concelhos do Norte e do país. Acresce que um cordão sanitário se justifica, do ponto de vista técnico, quando se está perante uma transmissão comunitária, não havendo dados, neste momento, que isso se verifique na Maia, onde estão identificadas as cadeias de transmissão do vírus", referiu o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, citado numa nota enviada à Lusa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.
Portugal tem 33 mortes associadas ao vírus que provoca a covid-19, revelou hoje a Direção-Geral da Saúde.