O adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, hoje anunciado devido à pandemia da covid-19, é visto pela Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) de Portugal "com enorme satisfação e alívio", explicou à Lusa o presidente, João Rodrigues.
Em declarações à Lusa, João Rodrigues considerou que a situação estava a tornar-se "demasiado arriscada". "Estávamos a convidar os atletas a pisarem o risco, a continuarem a treinar num ambiente que a cada dia que passa é mais perigoso", atirou.
Assim, há um "sentimento de alívio" e sai dos "ombros dos atletas uma carga enorme que sentiam", ainda que, agora, se encontrem perante "novos desafios pela frente, porque a história não acaba aqui".
Para os próximos tempos, que serão de redefinição dos processos de qualificação para os atletas que faltam, será preciso "encontrar soluções para que possam treinar em condições de segurança", mas também "um enorme exercício de muito diálogo e paciência".
"Vamos ter de esperar que a situação estabilize nos diversos países e ver como será o próximo inverno. (...) [Vamos ver] como é que federações vão remodelar calendários e torneios de qualificação. Os atletas já qualificados estão qualificados, isso é ponto assente. Os atletas que faltam só verão a qualificação confirmada no próximo ano, como estaria previsto para este ano, mas isto é uma suposição", comentou.
João Rodrigues referiu-se ainda aos apoios previstos pelo projeto olímpico do Comité Olímpico de Portugal (COP), que suspendeu a avaliação e mantém todos os atletas "pelo menos este mês e o próximo".
"Esses apoios vão tentar manter-se enquanto for exequível assim o fazer. O mundo não vai parar, embora pareça que sim. Não consigo é dizer exatamente de que forma é que o COP e o Estado terão capacidade para manter os apoios, sendo certo que quer o COP quer a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto estão cientes da situação e em diálogo", acrescentou.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia da Covid-19, anunciaram hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.
"Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma dar posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021", lê-se no comunicado.
Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada "para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 30 mortos e 2362 infetados confirmados. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.