O presidente da comissão da União Africana pediu hoje aos países do continente que reforcem as medidas de prevenção da pandemia covid-19, sublinhando a importância de “aplicar e fazer aplicar sem falhas” as recomendações científicas.
“Conheço os esforços dos Estados-membros para fazer face à pandemia e encorajo vivamente os governos e as forças políticas, sociais e culturais, a manterem esse esforço, a reforçarem as medidas tomadas e a aplicarem e fazerem aplicar, sem falhas, as orientações das autoridades científicas”, disse Moussa Faki Mahamat numa mensagem aos Estados-membros, através das redes sociais da organização.
De acordo com os dados mais recentes, as infeções pelo novo coronavírus em África ultrapassaram já os 1.700 casos confirmados em 45 países, resultando na morte de 52 pessoas.
Recordando as palavras do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, de que África se deve preparar para o pior o quanto antes, o responsável da União Africana apelou à mobilização de todos na luta contra a doença.
“Agora é a hora da mobilização, vigilância, solidariedade, mas sobretudo da responsabilidade. Esta mobilização é necessária, tendo em conta a fragilidade das infraestruturas de saúde e da capacidade técnica da maioria dos nossos estados”, apelou.
Moussa Faki Mahamat elogiou o trabalho do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC África), que desde fevereiro tem no terreno um plano de resposta à pandemia, que visa a coordenação dos esforços ao nível do continente africano.
Do plano consta o treino de equipas e o fornecimento de 'kits' para testes de despistagem do novo coronavírus disponíveis em 42 dos 55 países e territórios membros da União Africana.
O CDC África, que a partir de hoje passou a emitir boletins da situação epidemiológica no continente duas vezes ao dia, continua "em alerta máximo", segundo o presidente da comissão da UA.
O responsável reiterou a disponibilidade daquela estrutura para deslocar “todos os meios à sua disposição” para os países-membros que deles tenham necessidade e os solicitem.
Moussa Faki Mahamat apelou também à mobilização e responsabilidade de todos os cidadãos africanos para que “respeitem os gestos que previnem e salvam” vidas.
A União Africana recebeu, durante o fim de semana, uma doação do empresário chinês Jack Ma, dono do grupo de comércio eletrónico Alibaba, de 5,4 milhões de máscaras, mais de um milhão de ‘kits’ de teste, 40 mil conjuntos de roupas de proteção e 60 mil proteções para o rosto.
Os equipamentos serão agora distribuídos pelos Estados-membros da União Africana numa operação coordenada com o Governo da Etiópia, país onde a organização tem a sua sede.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.