O sistema de saúde público moçambicano tem capacidade para testar 10 casos suspeitos do novo coronavírus por dia, disse hoje fonte do Ministério da Saúde, alegando que tem sido suficiente e admitindo um aumento de acordo com as necessidades.
"As necessidades sob ponto de vista de suspeitos é de 10 por dia”, disse Eduardo Samo Gudo, diretor do Instituto Nacional de Saúde, em conferência de imprensa, em Maputo.
O dirigente explicou que os testes, analisados num laboratório do Instituto Nacional de Saúde nos arredores da capital, Maputo, são desencadeados de acordo com os critérios de classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, por cada pessoa que regressa de um país com a covid-19 e que tem um sintoma nos 14 dias que se seguem.
Outros critérios consistem em testar quem teve contacto com um caso confirmado ou quem tenha problemas respiratórios graves, cuja causa não se conheça.
O diretor do instituto acrescentou que o país está a desencadear esforços para alargar a capacidade de testes, não só em termos de reagentes, como também de equipamento para as regiões Centro e Norte do país.
“Estamos prestes a receber 20 mil testes do Governo chinês e iremos incrementar significativamente a nossa capacidade de 'stock' de reagentes”, adiantou.
Há uma semana, o diretor-geral da OMS destacou a importância dos testes no combate à propagação da doença.
“Não se consegue combater um incêndio com uma venda nos olhos e não conseguiremos travar esta pandemia se não soubermos quem está infetado”, afirmou Tedros Ghebreyesus, reforçando que a mensagem da OMS a todos os países é simples: “Testar, testar, testar”.
Desde o início da pandemia e até hoje, o Instituto Nacional de Saúde realizou testes a 55 casos suspeitos, dos quais resultou o único caso registado no país até hoje, de um moçambicano que regressou do Reino Unido em meados do mês.
O homem com mais de 75 anos está em isolamento domiciliário com sintomas ligeiros de covid-19.
Durante o ponto de situação hoje divulgado, o Ministério da Saúde moçambicano anunciou que "foi identificado um total de 23 contactos diretos" com o moçambicano infetado e que todos estão "em quarentena domiciliária".
"Todos estes contactos estão a ser monitorizados regularmente pelas autoridades sanitárias", revelou.
O ministério anunciou ainda o segundo caso de um cidadão moçambicano infetado na diáspora, no caso, residente em Portugal.
No sábado tinha sido anunciado o primeiro caso de um moçambicano infetado, com residência em Espanha.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.