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Covid-19: França pede unidade e que a UE não abandone a Itália

LUSA
20-03-2020 12:00h

O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, alertou hoje que se a União Europeia (UE) abandonar a Itália, a Europa "não se irá recuperar", e pediu união aos Estados-membros do bloco europeu no combate à pandemia de Covid-19.

"Se cada um é por si mesmo, se abandonarmos certos Estados, se dissermos à Itália, por exemplo, 'resolvam os seus problemas sozinhos’, a Europa não se recuperará", afirmou o ministro francês em declarações no canal de televisão LCI.

"Se não formos capazes de nos unir, o projeto político europeu será varrido por esta crise", acrescentou, pedindo à UE que siga o exemplo do Banco Central Europeu (BCE), que anunciou na quarta-feira um plano de emergência de 750 mil milhões de euros.

"Vemos que a solidariedade da área do euro está a reconstruir-se, que os ‘spreads’ da taxa de juros estão a diminuir", disse Le Maire.

"Estamos no caminho certo e devemos continuar demonstrando essa solidariedade europeia ao longo do tempo, para que o continente europeu possa emergir mais forte desta crise", insistiu.

Numa entrevista ao jornal The Financial Times publicada hoje, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, foi mais específico ao pedir à UE que use "todo o poder" do seu fundo de resgate na área do euro perante a crise "sem precedentes" do novo coronavírus.

Segundo o primeiro-ministro italiano, o caminho a seguir é abrir todas as linhas de crédito do fundo de assistência a todos os Estados-membros "para ajudá-los a combater as consequências da epidemia de Covid-19, com a condição de que cada Estado seja transparente e responsável pela forma como os recursos são gastos".

Este mecanismo foi criado em 2012 durante a crise da dívida na zona do euro.

Com um valor de 410 mil milhões de euros, este fundo europeu concede empréstimos a países em dificuldade. Em troca, os Estados - como foi o caso da Grécia - devem implementar reformas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19 começou na China em dezembro e já infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se quinta-feira o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.

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