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Covid-19: Mais Porto Santo quer "medidas urgentes" para retoma de linha aérea com a Madeira

19-03-2020 20:21h

O movimento de cidadãos Mais Porto Santo pediu hoje ao Governo da República "medidas urgentes" para assegurar as ligações com a ilha da Madeira, depois de a Binter ter suspendido a operação por tempo ilimitado, devido à pandemia de Covid-19.

"O movimento pede que o Governo da República, através da Secretaria de Estado das Infraestruturas, tome medidas urgentes, quer seja através de um ajuste direto com outra companhia aérea, quer seja através do recurso temporário à Força Aérea para assegurar o serviço", diz o Mais Porto Santo num comunicado distribuído na região.

O movimento salienta estar "preocupado" com a decisão da companhia aérea Binter de suspender a linha entre a Madeira e o Porto Santo, tendo vedado as reservas na plataforma até ao final de maio, o que afeta a mobilidade dos porto-santenses.

Exige-se uma "outra dinâmica reivindicativa" por parte da Câmara Municipal do Porto Santo e do Governo Regional da Madeira no sentido de pressionar a República, a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Aeroportos de Portugal (ANA) para resolver este problema.

O movimento quer que seja esclarecida a dúvida sobre a exigência da quarentena para os residentes no Porto Santo, questionando se um porto-santense tem de fazer quarentena quando chega ao aeroporto da Madeira ou apenas começa esta obrigação depois de fazer a viagem de barco para o Porto Santo.

O Mais Porto Santo recorda que a transportadora de Canárias (Espanha) começou a operar para o Porto Santo em 05 de junho de 2018, na sequência de um processo de ajuste direto face à impugnação do concurso público internacional que havia ganhado em abril de 2018, estando a assegurar esta linha definitivamente desde 05 de dezembro de 2018, por um período de três anos.

Em 17 de março, a companhia aérea espanhola Binter anunciou a suspensão de toda a operação a partir do Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, justificando a decisão com "a quarentena imposta à tripulação" pelo Governo Regional, devido ao surto de Covid-19.

Com esta decisão, a Binter deixa de assegurar o contrato de serviço público prestado na Madeira, nomeadamente as ligações aéreas de e para a ilha do Porto Santo.

"A quarentena imposta à tripulação não nos permite transferir o avião da Madeira para Gran Canária [Espanha] para realizar trabalhos de manutenção com todas as garantias de segurança", avançou a Binter, em resposta escrita à agência Lusa.

Desde as 00:00 de domingo que todos os cidadãos que aterrem na Madeira são obrigados a ficar em quarentena.

No dia seguinte, o secretário regional do Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, admitiu, depois de uma reunião com representantes da banca, no Funchal, que o ajuste direto com outra companhia aérea até à conclusão de um novo concurso público internacional para as ligações Madeira-Porto Santo poderá ser uma solução à suspensão da Binter.

Para o secretário regional, esta "é uma das soluções" - existem "companhias que estão disponíveis no mercado que já fizeram sentir essa oferta" e "agora importa que a secretaria de Estado conclua das razões da Binter e decida sobre o caminho a seguir".

As autoridades de saúde da Madeira já reportaram seis casos de infeção com Covid-19 no arquipélago, sendo que do total dos 39 casos suspeitos identificados até quarta-feira, 32 casos foram negativos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.

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