O presidente da Câmara de Vila Real reafirmou hoje o compromisso de criar uma linha de transportes dedicada entre universidade e o hospital para facilitar a mobilidade dos alunos do curso de Medicina que poderá abrir em 2026/27.
O curso de Medicina da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi aprovado a 05 de novembro pelo conselho de administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), com um período condicional de dois anos.
Esta foi uma “boa notícia” para Alexandre Favaios, eleito presidente da Câmara de Vila Real em outubro, que reafirmou o compromisso do município em ajudar na operacionalização do projeto, que conta com a parceria da Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), sediada neste concelho.
“Esta é uma excelente notícia para Vila Real enquanto concelho, Vila Real enquanto região, mas também uma boa notícia para o país, ou seja, a possibilidade de termos formação de mais médicos que vão reforçar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que vão reforçar os cuidados de saúde em toda a nossa região”, afirmou Alexandre Favaios.
O autarca disse que reuniu-se esta semana com a equipa reitoral da UTAD e que um dos assuntos que esteve em cima da mesa foi precisamente o mestrado integrado em Medicina, que admitirá 40 alunos por ano e que se pretende abrir já no ano letivo de 2026/27.
Alexandre Favaios reafirmou o compromisso do município em criar uma linha de transportes públicos dedicada entre a UTAD e a ULS para facilitar a mobilidade dos alunos entre aqueles dois espaços, que se localizam em lados opostos da cidade.
A câmara quer integrar esta linha no âmbito de uma revisão da rede de transportes, ficando agora a aguardar o planeamento pela UTAD, com indicação de horários, número de alunos ou duração das atividades formativas quer na universidade, quer no hospital, para ajustar a oferta às “reais necessidades”.
A linha dedicada deverá arrancar aquando da primeira entrada de novos alunos de Medicina na UTAD.
Com a equipa reitoral foi ainda discutida a possibilidade de alargar o horário dos transportes públicos no campus se a UTAD decidir prolongar o horário de funcionamento da biblioteca para lá das 19:00.
Os universitários, num estudo recente, apontaram para a necessidade de locais de estudo abertos 24 horas por dia e, segundo Alexandre Favaios, câmara e reitoria refletiram sobre medidas a implementar e já identificaram possíveis soluções no campus, em outros espaços da UTAD fora do campus e em outros locais propriedade do município.
“Aquilo que foi estabelecido foi este reforço da ligação entre a câmara e a UTAD tendente ao objetivo comum que é tornar cada vez mais Vila Real num destino atrativo em termos universitários”, salientou o presidente socialista, que realçou que “nos últimos anos foram dados passos muito consistentes nesse domínio”.
Também em cima da mesa esteve a questão do alojamento estudantil.
Em breve a UTAD terá concluído as obras que permitirão duplicar para as 1.200 camas a disponibilizar aos estudantes e o município mostrou-se disponível para ajudar “a acrescentar essa mesma oferta”.
Alexandre Favaios disse ainda que a “boa notícia” do mestrado integrado em Medicina se deve a um trabalho muito intenso realizado ao longo dos últimos anos pela UTAD, a ULS, os diferentes ministros, primeiros-ministros, reitores, o ex-presidente da câmara e o município, e que permitiram, cada um com as suas responsabilidades, “esta conquista”.
“Depois da boa notícia o mais importante é irmos ao trabalho”, frisou.
A proposta da UTAD passa pela admissão de 40 alunos por ano, um número máximo que se pretende manter ao longo dos seis anos do curso, e o plano de estudos assenta o ensino em pequenos grupos, em casos clínicos e também na simulação, para o que será criado um centro de simulação.
A ULSTMAD agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego e 23 centros de saúde.