E são estes dois últimos pontos que suscitam mais preocupação, como afirmou Dora Franco, enfermeira gestora do IPO de Lisboa e presidente do conselho diretivo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, ao Canal S+.

Dora Franco revela que alguns pontos do plano não têm em conta a realidade de algumas Unidades Locais de Saúde, nomeadamente a sul do país, onde a falta de recursos humanos e a dependência de tarefeiros é uma constante.

Por isso mesmo, a presidente do concelho diretivo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros diz que a zona sul do país deveria “ser tratada de diferente forma das outras zonas, uma vez que as necessidades e os problemas são muito mais significativos”.

Tendo em conta as condições de trabalho, Dora Franco considera que a enfermagem deveria ser classificada como “profissão de risco, não só no enquadramento legal mas também o acesso a reformas antecipadas, mudanças dos seguros de acidentes de trabalho e proteção da doença e algumas compensações como acontece com as forças de segurança”.

Nas mais de 50 visitas de exercício profissional, que já fez este ano, a presidente do concelho diretivo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros diz que os enfermeiros se sentem invisíveis, que as suas necessidades não são ouvidas nem atendidas, e que “se não se der atenção a estes profissionais de saúde, vamos perdê-los”.

Dora Franco foi convidada do episódio desta semana de Efeito Placebo, um espaço de opinião do Canal S+ que pode ver todas as terças-feiras, às 21h.