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Contas públicas de Macau com prejuízo em setembro após reforço de apoios sociais

Lusa
12-10-2025 11:28h

As contas públicas de Macau revelam que a região semiautónoma chinesa perdeu 57,4 milhões de patacas (6,19 milhões de euros) em setembro, após uma revisão do orçamento para reforçar os apoios sociais.

De acordo com dados publicados 'online' pela Direção dos Serviços de Finanças (DSF), o território registou nos primeiros nove meses do ano um excedente nas contas públicas de 14,8 mil milhões de patacas (1,6 mil milhões de euros).

No entanto, este valor representa uma queda de 0,39% em comparação com o final de agosto, quando Macau tinha um excedente de 14,9 mil milhões de patacas (1,61 mil milhões de euros).

Ainda assim, o excedente entre janeiro e setembro foi 3% maior do que no mesmo período do ano passado e já é mais do dobro do que a previsão inicial do Governo para todo o ano de 2025: 6,83 mil milhões de patacas (736,7 milhões de euros).

Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas (1,7 mil milhões de euros), mais do dobro do registado no ano anterior.

O prejuízo registado em setembro deveu-se às despesas públicas, que aumentaram 18,6% em apenas um mês, atingindo 68,2 mil milhões de patacas (7,36 mil milhões de euros).

A principal razão para esta subida foram os gastos em apoios e subsídios sociais, que cresceram praticamente um quarto (24,9%) em comparação com agosto, para 38,7 mil milhões de patacas (4,17 mil milhões de euros).

No início de julho, o parlamento de Macau aprovou uma proposta do Governo para aumentar em 2,86 mil milhões de patacas (308,5 milhões de euros) nas despesas previstas no orçamento, para reforçar os apoios sociais.

A revisão inclui a criação de um subsídio, no valor total de 54 mil patacas (cerca de 5.800 euros), para as crianças até aos três anos, numa tentativa de elevar a mais baixa natalidade do mundo.

Também os gastos com o Plano de Investimentos e Despesas da Administração subiram 11,9% em comparação com agosto, para 12,3 mil milhões de patacas (1,33 mil milhões de euros).

O aumento da despesa foi equilibrada pela receita corrente de Macau, que subiu 1,6% nos primeiros nove meses do ano, para 82,6 mil milhões de patacas (8,91 mil milhões de euros).

A principal razão para o aumento foi um acréscimo de 6%, para 70,4 mil milhões de patacas (7,59 mil milhões de euros), nas receitas dos impostos sobre o jogo – que representam 85,2% do total.

As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto direto de 35% sobre as receitas do jogo, 2,4% destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6% entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

As receitas totais dos casinos de Macau atingiram 181,3 mil milhões de patacas (19,3 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses do ano, mais 7,1% do que no mesmo período de 2024.

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