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Investigadores desenvolvem sistema que melhora a reparação de danos no ADN

LUSA
13-09-2025 00:53h

Um grupo de investigadores desenvolveu um sistema que utiliza a luz infravermelha e nanozimas para melhorar a reparação de danos no ADN, noticiou na sexta-feira a Europa Press.

O sistema baseia-se num nanohíbrido(conjunto de diferentes componentes), sendo que a luz infravermelha e as nanozimas (que têm funções parecidas com as enzimas no tratamento de doenças) oferecem potenciais aplicações biomédicas, como o tratamento de alguns tipos de cancro, segundo a investigação publicada na revista científica "Nanoscale".

As nanozimas absorvem a luz infravermelha e funcionam como um fotossensibilizador, um composto capaz de absorver a energia gerada pela nanopartícula (as nanozimas) e utilizá-la para ativar uma reação química capaz de reparar os danos no ADN.

A terapia fotodinâmica enfrentava dificuldades na penetração da luz ultravioleta, que prejudicavam a regeneração do ADN, destacando que o tratamento usa o fotossensibilizador e luz visível para destruir células cancerígenas (desencadeadoras de cancro).

As nanozimas injetadas com átomos de itérbio e érbio (dois elementos de terras raras) capazes de absorver a luz infravermelha e transformá-la em luz visível superaram a dificuldade e melhoram a penetração da luz.

"Os nanohíbridos desenvolvidos superam a desvantagem da falta de penetração da luz ultravioleta visível, uma vez que requerem a utilização de luz infravermelha próxima para a sua ativação, o que melhora a profundidade de penetração da luz nos tecidos devido à absorção mínima dos componentes endógenos (internos)", segundo a EFE.

De acordo com a investigadora do centro conjunto do Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC), Virginie Lhiaubet, "A terapia fotodinâmica tem vindo a ganhar cada vez mais destaque como tratamento complementar e seletivo contra vários tipos de cancro, graças à sua capacidade de destruir células tumorais com danos mínimos no tecido saudável".

A investigação centrou-se no estudo de duas lesões de ADN que fazem parte da família dos adutos (duas ou mais moléculas diferentes) que podem ser prejudiciais para a saúde devido ao seu potencial tóxico.

O estudo é uma colaboração entre o Instituto de Tecnologia Química (ITQ), um centro conjunto do Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC) de Espanha e da Universidade Politécnica de Valência (UPV), e o Instituto de Ciências Moleculares (ICMol) da Universidade de Valência (UV).

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