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Investigação do i3S vai desenvolver novas ferramentas para reverter fibrose da pele

Lusa
04-09-2025 12:03h

O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) vai desenvolver nos próximos cinco anos uma investigação para desenhar e desenvolver novas ferramentas para reverter a fibrose da pele, divulgou hoje a instituição.

Em comunicado, o i3S revela que o cientista Rúben Pereira vai “desenhar e desenvolver novas ferramentas – biomateriais e plataformas de bioengenharia – com o objetivo de reverter a fibrose da pele, cujas cicatrizes, consequência, por exemplo, de queimaduras ou cirurgias, podem ser altamente incapacitantes, dolorosas e desfigurantes”.

O projeto, denominado FibroRevert, apresenta como “grande desafio” identificar “se é possível reverter a fibrose patológica sem causar alterações colaterais noutros tecidos”, indica o também investigador e docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto.

Para isso, o investigador “vai apostar numa abordagem inovadora que combina biomateriais com propriedades programáveis no tempo e no espaço, células e bioimpressão 3D, para recriar em laboratório modelos de fibrose”, descreve o i3S.

Estas plataformas de bioengenharia “vão não só mimetizar o tecido humano, mas também manipular as suas propriedades em tempo real”, permitindo “estudar os mecanismos através dos quais as células e a matriz extracelular comunicam entre si para promover ou reverter a fibrose”, descreve o investigador.

Para isso, “a equipa vai analisar amostras de tecidos humanos para identificar as alterações celulares e moleculares responsáveis pela fibrose”.

Pretende-se, de acordo com o cientista, “desenvolver uma biblioteca única de biomateriais capazes de reproduzir, com elevada precisão, as propriedades da matriz extracelular e, consequentemente, regular o comportamento celular em contextos saudáveis e patológicos”.

Este foi um dos seis projetos nacionais distinguidos pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), recebendo 1,5 milhões de euros.

Em Portugal, foram também distinguidos com as ERC Starting Grants 2025 Joaquim Alves da Silva (Fundação Champalimaud), Vanessa Coelho Santos (Universidade de Coimbra), Paula Nabais (Universidade Nova de Lisboa), Joana Pestana Lages (CVTT-ISCTE) e João Ribeiro (Instituto de Telecomunicações), afirma o i3S.

O Conselho Europeu de Investigação (ERC) selecionou um total de 478 investigadores em toda a Europa para receber as Bolsas de Início de Carreira (Starting Grants) deste ano.

Com um financiamento total de 761 milhões de euros, estas bolsas “apoiam investigação de excelência em diversas áreas, incluindo ciências físicas e engenharia, ciências da vida, ciências sociais e humanidades”.

Com a bolsa agora atribuída a Rúben Pereira, sobe para 24 o número de investigadores da Universidade do Porto distinguidos, desde 2007, com as bolsas de investigação do European Research Council, “a principal organização europeia de financiamento da investigação de excelência”, refere o i3S.

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